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Momento O Eco: estudo equipara observadores de aves e caçadores na luta pela conservação

16/03/2015 - 08h50

  • Momento O Eco: estudo equipara observadores de aves e caçadores na luta pela conservação

Um tema que sempre desperta controvérsia nas páginas de O Eco é a caça esportiva. Tanto quem é a favor como quem é contra a prática defende ardentemente o seu ponto de vista. No Brasil, a caça esportiva é proibida, a não ser com raras exceções, como foi a liberação oficial, em 2013, da caça ao javali, uma espécie exótica e que se tornou uma praga no país. De resto, é crime ambiental.

Entretanto, em boa parte do mundo, que inclui Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Noruega e outros países europeus, a caça esportiva é regulada e tem grande número de praticantes. Quem a defende, usa como um de seus argumentos, que caçadores pagam altas somas por licenças ou acessos a áreas de abate, o que ajuda na conservação.

Pois bem, mais fogo para a polêmica: o repórter Vandré Fonseca relatou os resultados de uma pesquisa de acadêmicos das universidades de Cornell e Clemson, feita no interior do estado americano de Nova Iorque. Eles perguntaram a proprietários rurais o que, afinal, inspira alguém a se engajar na conservação de habitats da vida selvagem. Foram consideradas diversas variantes, como gênero, idade, escolaridade, crenças religiosas e ideologia política. Mas o que fez diferença mesmo foi o uso recreativo que se faz da natureza.

Eles descobriram que os observadores de aves formam um grupo mais inspirado na hora de ajudar na conservação. São cinco vezes mais propensos do que outras pessoas a praticar ações como doar dinheiro, melhorar habitats selvagens e participar de grupos ambientalistas locais.

Mas, logo em seguida, vêm os caçadores, quatro vezes mais propensos do que a média, em também se engajar nessas atividades de conservação. Agora, se o sujeito é caçador e observador de aves, então, o número sobe para oito vezes acima da média.

Os pesquisadores ficaram surpresos com os resultados – que é bom lembrar, foram colhidos apenas em um estado norte-americano. Destaca-se, também, que o estudo não toca nos aspectos morais de matar a fauna selvagem. Mas a pesquisa sugere que os amigos da natureza têm atividades que dependem de protegê-la. Inclusive os caçadores.

Apresentação – Eduardo Pergurier

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