Rádio Câmara

Entre os dias 07 e 09 de fevereiro, em meio a um verão atípico, quase sem chuva, ocorreu um incêndio na Reserva Biológica Poço das Antas. Ele devorou mil hectares, um quinto desta área protegida.

A região é de Mata Atlântica e fica dentro do município de Silva Jardim, no estado do Rio. Lá, estão dois animais ameaçados de extinção, a preguiça-de-coleira e o mico-leão-dourado. Este último, é tão famoso que cogita-se torná-lo mascote dos jogos olímpicos do Rio.

Nestas horas, fica exposta a situação de penúria das nossas áreas protegidas. Para controlar o incêndio, o chefe da reserva teve que buscar ajuda externa. Nem de telefone dispunha, pois há dois meses, por falta de pagamentos, a linha da Reserva Poço das Antas foi cortada.

O fogo começou em uma sexta. Como não havia uma brigada de incêndio formal, sábado, reuniu-se um grupo de25 voluntários para apagá-lo no braço. No domingo, terceiro dia após o início da emergência, o grupo recebeu um reforço dos bombeiros, que vieram com 30 homens e um helicóptero, e o incêndio foi controlado.

O fogo veio do assentamento do Incra que fica no entorno da reserva: um proprietário fez uma queimada para limpar o terreno. O tempo seco e o vento fizeram o trabalho de espalhar as chamas

No Facebook, o secretário-executivo da Associação do Mico-Leão Dourado, que funciona dentro da Reserva Biológica, fez um balanço contundente do caso.

Ele reclamou do atraso, falta de equipamento e treinamento dos bombeiros. Lamentou que o dinheiro de Brasília seja gasto com planos, sobrevoos de helicóptero com autoridades ou participações em reuniões no exterior. E que essa grana não chegue onde precisa: aos parques e áreas protegidas.

Também postou fotos de carcaças de animais queimados. É triste ver a imagem de uma preguiça-de-coleira morta, dos restos de uma cotia já comida por urubus ou os esqueletos carbonizados de uma família inteira de quatis. Leia em O Eco (oeco.org.br) o relato completo e as fotos desse incidente trágico.