Rádio Câmara

Reportagem Especial

O Rio de Janeiro como destino ecoturístico (07'48'')

09/05/2011 - 00h00

  • O Rio de Janeiro como destino ecoturístico (07'48'')

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( Trilha - Samba do Avião, Tom Jobim)

Em uma combinação ímpar de natureza e cidade, o Rio de Janeiro é hoje o maior polo turístico do país. Segundo o Ministério do Turismo, a cidade recebe 6 milhões de visitantes por ano.

A expectativa é de que a Copa do Mundo de 2014 traga cerca de dois milhões de turistas ao estado do Rio de Janeiro, segundo o secretário de Turismo do governo estadual, Ronald Ázaro.

E entre as atrações da capital fluminense, os passeios ecológicos são destaque, como a subida até o Corcovado, na Floresta da Tijuca, a visita ao Jardim Botânico, as caminhadas pelas praias ou mesmo escaladas e voos livres, para os mais aventureiros.

O acesso ao Rio de Janeiro, por carro ou avião, é considerado bom. E a infraestrutura oferecida ao turista adepto de aventura também é uma das mais desenvolvidas do país.

O secretário de Turismo do Rio, Ronald Ázaro, diz que o estado está empenhado em oferecer, desde já, condições cada vez melhores aos visitantes, inclusive em áreas ainda sensíveis, como segurança pública.

"Não só as implantações das UPPs, que trouxeram uma autoconfiança para o povo carioca, que trouxe a possibilidade de o povo fluminense voltar às frequências noturnas. (...) Nós já temos uma delegacia especializada no atendimento ao turista. E nós vamos mais além, (...) que é o atendimento ao turista que foi afetado por alguma eventualidade ser realizado no próprio hotel. O turista que tiver um evento, passar por alguma ocasião que lhe traga dissabor, não precisa ser deslocado para delegacia. Ele vai ligar para a delegacia especializada e vão ser deslocados profissionais para atendê-lo no hotel."

(Trilha)

Além dos passeios ecológicos na própria capital, o Rio de Janeiro oferece outras inúmeras opções estruturadas de ecoturismo. As condições de mergulho na região de Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo são únicas no país. E na região serrana, entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis, está localizado um dos parques nacionais com mais infraestrutura para receber o turista, como destaca o diretor de Unidade de Conservação e Proteção Integral do ICMBio, Ricardo Soavinsky.

"Em um deles, que eu citei anteriormente, que é a Serra dos Órgãos, foram feitos investimentos, tem trilhas novas abertas, inclusive, trilha suspensa. A travessia Petrópolis-Teresópolis, que leva três dias, uma das grandes travessias de caminhada, talvez das mais belas do Brasil. Está aberta. Foram feitos novos abrigos no projeto da travessia para as pessoas poderem pernoitar com segurança, conforto. O centro de visitantes foi instalado, equipado. Este é um parque que vale a pena visitar, está muito bem organizado."

Entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, outro parque com boa estrutura é o do Itatiaia, o primeiro a ser criado no país.

(Trilha)

Nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, que também terão as capitais como cidades-sede dos jogos de 2014, há outras interessantes opções de passeios ecológicos com boa infraestrutura.

Um exemplo é o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, que recebeu número recorde de visitantes no ano passado, com 1 milhão e 200 mil turistas.

Para o ex-vice-prefeito do Rio de Janeiro e integrante da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, deputado Otávio Leite, do PSDB, o país tem condições de ampliar a oferta de produtos de ecoturismo e aventura. Para isso, ele defende a ampliação dos investimentos federais na qualificação técnica e divulgação dos serviços do setor.

"Recentemente partiticipei de uma feira internacional de turismo onde o ponto principal era exatamente o turismo de aventura, significa dizer que o país precisa cada vez mais se organizar e mostrar que as cautelas técnicas para evitar acidentes e todas as precauções e providências prévias que têm que se adotar, elas estão sendo respeitadas no Rio de Janeiro e no Brasil."

O Ministério do Turismo e o Sebrae Nacional, em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura, Abeta, desenvolve o programa "Aventura Segura", para qualificar e estruturar com segurança e sustentabilidade o ecoturismo no país.

Para a Copa, o ministério desenvolve um projeto de qualificação profissional cuja meta é capacitar 300 mil pessoas até 2013. E, em conjunto com o ICMBio, a pasta do Turismo planeja melhorar a estrutura de 25 parques nacionais até a mundial.

Coordenador da comissão de estudos que ajudou a elaborar normas técnicas para condutores de aventura no país, o presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura, Victor Figueiredo, aconselha que, mesmo antes da Copa, os turistas procurem, sempre que possível, empresas qualificadas na hora de fazer ecoturismo.

"O primeiro passo é sempre procurar uma empresa (...) e o primeiro parâmetro é que essa empresa não contrate um condutor que não tenha condições de desenvolver o sistema dela e desconfiar daquele condutor isolado, com preço muito baixo. (...) Além disso, ficar atento para o número de participantes, por exemplo, a subida da Pedra da Gávea que, como ecoturismo, a gente se preocupa com o impacto no meio ambiente e, na pior das hipóteses, coloca naquela trilha no máximo 20 pessoas. E quando você vê uma empresa querendo colocar 50, 60 pessoas, desconfie, pois o objetivo da empresa é o canibalismo."

Ricardo Soavinsky, do ICMBio, reafirma a disposição do governo federal em incrementar as condições de ecoturismo no país.

"Nosso entendimento é de que, com essa visitação bem feita nessas áreas, a gente valoriza essas áreas naturais no Brasil, gera renda, gera emprego, gera apoio da sociedade para a própria preservação desses ambientes, ecossistemas, dessa rica biodiversidade que temos no país."

Dos 67 parques nacionais, apenas 31 podem ser visitados.

Entre as principais dificuldades para se ampliar a oferta de unidades de conservação abertas à visitação, estão problemas como atraso na liberação de verbas para desapropriações de áreas, falta de planos de manejo e quantidade insuficiente de funcionários para cuidar dos parques.

De Brasília, Ana Raquel Macedo

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