Rádio Câmara

Reportagem Especial

Especial 3 - O uso das histórias em quadrinhos para incentivar a leitura (04'28'')

08/03/2010 - 00h00

  • Especial 3 - O uso das histórias em quadrinhos para incentivar a leitura (04'28'')

Textos ágeis, repletos de diálogos, apoiados em imagens, permitem às histórias em quadrinhos seduzir as crianças pela comunicação dinâmica e agradável.

Por essa razão, os gibis estão sendo cada vez mais utilizados como instrumento pedagógico e educativo.

Claudia Práquia, professora do Fundamental 1, para crianças entre 7 e 8 anos, apresenta propostas pedagógicas que têm sido adotadas no Colégio Pentágono em São Paulo.

"A proposta pedagógica do colégio é que as crianças percorram todos os gêneros textuais. Então, a gente trabalha com bilhete, carta, relato, narrativas variadas, inclusive história em quadrinhos. Isso permite que a criança tenha contato com vários gêneros, ampliando o vocabulário e a escrita. E eles adoram. Elas podem perceber que a linguagem usada nos gibis é diferente de uma narrativa. A gente mostra as características do gibi, mesmo quando o gibi não tem a escrita. Eles têm que observar os gestos, as feições dos personagens. E quando eles passam da história em quadrinhos para a narrativa, aí trabalham a pontuação e a linguagem."

A associação de texto e imagem como apoio à educação fundamental tem sido apoiada pelo Ministério da Educação. Marcelo Soares, diretor de políticas de formação de material didático e de tecnologias para a educação básica do MEC, ressalta a importância da adoção dos gibis no fortalecimento do ensino da língua no país.

"A idéia decorre do próprio avanço da produção de conhecimento na área da leitura e da linguística e da produção de textos. Em decorrência disso, o Ministério da Educação aponta essa diretriz para a organização do currículo na área da linguagem, ao mesmo tempo que desenvolve várias iniciativas para contribuir que essa associação entre texto e imagem possa se efetivar na sala de aula".

Marcelo Soares diz que uma dessas iniciativas é dotar as bibliotecas de escolas públicas com histórias em quadrinhos.

Para o quadrinista Mauricio de Sousa, a criança em período escolar tem ganhos com a leitura dos gibis.

"A criança que lê HQ vai melhorar na escola. Ela se comunica mais, ela aprende a ler mais facilmente, escreve melhor. Então a HQ é uma ferramenta maravilhosa não só para a formação, mas para a criança pensar mais rápido, para ser mais perspicaz. Ninguém lê história de um autor só. A criança que lê quadrinhos está sintonizada com o cérebro de dezenas de autores."

O jornalista Jotabé Medeiros, do Caderno 2 do jornal "O Estado de S. Paulo", acredita que um olhar educado busca o desafio. E os quadrinhos têm um universo fabuloso para o olhar.

"Os quadrinhos podem até ser uma coisa obsoleta como os jornais, mas com um charme insuperável para aquele tipo de comunicação a que se propõe. É uma comunicação gráfica e literária ao mesmo tempo."

As revistas em quadrinhos foram incluídas entre os bens que podem ser comprados pelo vale-cultura, já aprovado pelo Congresso Nacional.

De Brasília, Eduardo Tramarim.

A abordagem em profundidade de temas relacionados ao dia a dia da sociedade e do Congresso Nacional.

De segunda a sexta, às 3h, 7h20 e 23h