Rádio Câmara

PARA ENCERRAR A SÉRIE ESPECIAL SOBRE AS PROFISSÕES EM ALTA NO BRASIL SAIBA QUAIS SÃO AS RECOMENDAÇÕES DE ESPECIALISTAS PARA A ESCOLHA DE UMA CARREIRA. E AS QUALIDADES QUE FAZEM DA PESSOA UM BOM PROFISSIONAL.

Vagas de nível superior em carreiras com pouca mão-de-obra especializada oferecem salários iniciais atraentes, acima de quatro mil reais. Mas, na hora de escolher uma profissão, não basta apenas olhar para os salários, alertam especialistas em recursos humanos. É preciso observar a aptidão pessoal, ensina o
professor Carlos Antônio Leite Brandão, diretor do Instituto de Estudos Avançados e Transdisciplinares da Universidade Federal de Minas Gerais.

"Em primeiro, ele deve avaliar a si próprio, a sua paixão, o seu entusiasmo, onde ele se sente com mais potencialidade para desenvolver, independente dos possíveis recursos financeiros oriundos disso. Segunda coisa é a construção de uma visão de conjunto sobre a cultura e os saberes. Ao contrário de uma formação generalista, superficial em tudo, eu acho que, primeiro, ele deve entrar bem fundo em uma especialidade e no fundo dela encontrar os impasses dessa especialidade, dessas disciplinas, para conectar-se com outros campos."

Para Jorge Fernando Valente de Pinho, professor de Recursos Humanos, Estratégia e Marketing da Universidade de Brasília, a vocação e as condições do mercado de trabalho devem ser analisadas simultaneamente.

"Não adianta fazer uma profissão que esteja dando muito dinheiro e ser infeliz, porque não tem vocação. Também é muito complicado seguir a sua vocação e, eventualmente, não conseguir se colocar no mercado. Então, vocação e mercado são coisas que precisam ser analisadas em conjunto. Existe um princípio que precisa ser considerado: Não existe atalho, só o ensino de boa qualidade gera profissionais que têm lugar no mercado."

O ensino de má qualidade, aliás, tem gerado problemas de aprendizado nos cursos técnicos, de acordo com Luciana de Sá, diretora de Desenvolvimento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.

"O que nós percebemos é que o nível de instrução nos ensinos médio e fundamental é muito baixo. Esse é um dos principais gargalos para aumentar a qualificação profissional dos trabalhadores. Muitas vezes eles não conseguem acompanhar os cursos, já que têm uma formação prévia muito fraca."

Estudar muito e respeitar as aptidões profissionais são os conselhos de Robson Castro, diretor-geral da Agnis Recursos Humanos, para quem quer ter uma carreira de sucesso. A boa formação curricular, incluindo o estudo de inglês, é exigência cada vez maior do mercado de trabalho, segundo Robson.

"Agora, mais importante do que o conhecimento técnico são as aptidões comportamentais dele. É isso o que, na verdade, define a competência de um profissional. Não é apenas saber fazer, é também querer fazer e fazer com atitude. Ter uma atitude pró-ativa, ser otimista, ter um bom estilo e postura profissional, para poder fazer a diferença, ser uma pessoa admirada no mercado."

Apesar da pouca idade, a designer de jogos Laís Xavier, de 25 anos, já percebeu a necessidade de o profissional ter atitude. A jovem empresária dá o recado para quem está saindo da faculdade e quer seguir o exemplo dela.

"Eu acho que é a questão do cara ter iniciativa para aprender, porque ele não vai sair da faculdade pronto. Então, tem que ter iniciativa, tem que procurar cursos de especialização, para entrar na área. Agora, é uma área que está em crescimento. Então, o leque está aberto. Se a pessoa se dedicar um pouquinho, vai ter um futuro bem promissor."

Robson Castro, diretor-geral da Agnis Recursos Humanos, acrescenta:

"Hoje, o que diferencia um profissional não é mais o conhecimento. O conhecimento é esperado. O que diferencia um profissional é atitude, é a atitude dele frente à vida, frente aos colegas de trabalho, aos superiores ou aos subordinados. Isso é que faz dele uma pessoa diferente e o que leva ele ao sucesso."

Marise Lugullo para a Rádio Câmara
De Brasília, Marise Lugullo

TERMINA AQUI A SÉRIE ESPECIAL SOBRE AS PROFISSÕES QUE ESTÃO EM ALTA NO BRASIL. DURANTE CINCO EDIÇÕES, VOCÊ ACOMPANHOU AS OPINIÕES DE PROFISSIONAIS E ESPECIALISTAS EM RECURSOS HUMANOS SOBRE AS ÁREAS QUE ESTÃO ABSORVENDO MAIS MÃO-DE-OBRA E PAGANDO OS MELHORES SALÁRIOS. OUVIU TAMBÉM DICAS DE COMO ESCOLHER UMA PROFISSÃO E AS QUALIDADES QUE SE ESPERA DE UM BOM TRABALHADOR.

ESTA SÉRIE DE REPORTAGENS DE MARISE LUGULLO TEVE PRODUÇÃO DE LUCÉLIA CRISTINA E LENA ARAÚJO. TRABALHOS TÉCNICOS DE RICARDO COELHO. EDIÇÃO DE APRIGIO NOGUEIRA.