Rádio Câmara

Reportagem Especial

Reprise - Especial IBGE 3 - Confira os gastos do brasileiro com alimentação (04'46")

14/07/2008 - 00h00

  • Reprise - Especial IBGE 3 - Confira os gastos do brasileiro com alimentação (04'46")

A RÁDIO CÂMARA REPRISA, NESTA SEMANA, O ESPECIAL SOBRE A PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES DO IBGE, QUE FOI AO AR SETEMBRO DO ANO PASASDO.
HOJE, NA TERCEIRA MATÉRIA DA SÉRIE, A REPÓRTER DANIELE LESSA MOSTRA OS GASTOS DO BRASILEIRO COM ALIMENTAÇÃO.

Dados divulgados pelo IBGE a respeito dos gastos do brasileiro com alimentação indicam que apenas 52% das famílias afirmam que a compra de alimentos é feita sempre de forma suficiente. Mas na pesquisa do IBGE, o insuficiente não se referia à quantidade de comida, mas sim à qualidade da alimentação. As pessoas foram questionadas se consideram sua alimentação suficiente em diferentes tipos de alimentos, como cereais, carnes, laticínios e frutas. O pesquisador do IBGE, José Antônio Soares, aponta que nas faixas de menor renda, a alimentação sempre foi considerada suficiente nos cereais e leguminosas, que são justamente o arroz com feijão, mas que há uma carência por outros grupos alimentares.

" Quando vai para frutas, por exemplo, a gente vê que há uma carência. A carência da alimentação das pessoas está em frutas, carnes e laticínios. Esses são os principais produtos que as pessoas se referem que não se alimentam na quantidade que gostariam de se alimentar".

José Antônio explica também que outro tipo de alimento muito presente na mesa do pobre são as farinha e as massas. As faixas com menor renda consomem em média 18 quilos por mês, enquanto a população com renda maior não consome mais que

17 quilos, pois gastam com uma alimentação mais diversificada. Exemplo disso é que as famílias com renda acima de quatro mil reais gastam seis vezes mais comprando queijo do que as famílias com renda de até 400 reais. A auxiliar de serviços gerais Rosângela de Deus, que ganha 500 reais por mês, mostra que sua lista de compras no mercado confirma os dados do IBGE.

"Quando a gente faz compra a gente compra o básico: arroz, feijão, macarrão, massa para cuscuz, os outros alimentos a gente quase não compra porque o dinheiro não dá, né? E fruta, por exemplo, só compra quando o dinheiro dá, porque as coisas são caras. Fruta, queijo, é muito difícil a gente comprar".

Rosângela conta que gostaria de comprar mais carne, verduras e queijo, mas acaba optando pela comida que dá mais sustança, como se fala popularmente. Ela fala que os preços também pesam na escolha.

"A gente compra mais isso porque é uma coisa que você sabe que é uma coisa que vai sustentar. Se você for parar pra comprar o queijo, você fica sem comprar o arroz ou então o feijão. O preço de um queijo equivale a dois pacotes de arroz".

Rosângela de Deus reconhece que sua alimentação engorda, inclusive ela está acima do peso. A nutricionista Isabella Costa afirma que a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE constata o que ela verifica no seu trabalho cotidiano: cada vez mais a população de menor renda está consumindo alimentos mais calóricos, mas que possuem um valor nutricional menor em termos de proteínas, vitaminas e sais minerais.

"Isso a gente tem verificado, exatamente nessa classe mais baixa, o aumento da obesidade, e em contrapartida a gente tem também a chamada fome oculta, porque eles tendem a consumir alimentos mais calóricos, com menor custo, e conseqüentemente deixam de adquirir outros grupos de alimentos, vitaminas, minerais e acabam tendo aqueles deficiências nutricionais, principalmente desses nutrientes".

Além da obesidade, Isabella Costa destaca o diabetes e a hipertensão como doenças que têm atingido fortemente o brasileiro mais pobre em função da sua alimentação. A nutricionista aconselha às pessoas a buscarem as promoções de carnes e laticínios, mas lembra que os ovos são uma ótima fonte de proteínas. Além disso, Isabella orienta as pessoas a comprarem frutas e verduras da época.

"A gente tem que se atentar sempre para aquelas hortaliças e frutas que estão na época, na safra. Com isso você consegue economizar, consegue ter uma maior diversidade na sua alimentação, e conseqüentemente suprindo as necessidades que muitas vezes um grupo só de alimentos não supre".

De acordo com o IBGE, na Pesquisa de Orçamentos Famialiares, os alimentos mais citados como insuficientes nas refeições diárias foram as hortaliças.

De Brasília, Daniele Lessa

A RÁDIO CÂMARA ACABOU DE REPRISAR A TERCEIRA MATÉRIA DO ESPECIAL SOBRE A PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES DO IBGE, QUE FOI AO AR EM 17.09.2007.

A abordagem em profundidade de temas relacionados ao dia a dia da sociedade e do Congresso Nacional.

De segunda a sexta, às 3h, 7h20 e 23h