Rádio Câmara

Reportagem Especial

Reprise - Especial Reciclagem 2 - Cuidado ao jogar garrafas pet no lixo, elas podem valer dinheiro (04'17")

30/06/2008 - 00h00

  • Reprise - Especial Reciclagem 2 - Cuidado ao jogar garrafas pet no lixo, elas podem valer dinheiro (04'17")

A RÁDIO CÂMARA REPRISA, NESTA SEMANA, O ESPECIAL SOBRE RECICLAGEM QUE FOI AO AR ABRIL DO ANO PASSADO.

A SEGUNDA MATÉRIA DA SÉRIE DE REPORTAGENS ESPECIAIS SOBRE RECICLAGEM REVELA QUE É UM PÉSSIMO NEGÓCIO JOGAR GARRAFINHAS PET NO LIXO.

VAMOS VER QUE, ALÉM DE ENTULHAR OS LIXÕES E ATERROS SANITÁRIOS, QUEM FAZ ISSO ESTÁ PERDENDO DINHEIRO OU DEIXANDO DE AJUDAR PESSOAS CARENTES OU UNIVERSITÁRIOS A TOCAREM IMPORTANTES EXPERIÊNCIAS DE RECICLAGEM.

Desde o fim da década de 80, o Brasil vive uma febre de embalagens de polietileno tereftalato. Mais conhecidas como garrafas pet, essas embalagens plásticas descartáveis são usadas para acondicionar quase 70 por cento de todo o refrigerante produzido no país. A intenção da indústria era oferecer maior comodidade ao consumidor, que não precisaria mais apresentar a garrafa de vidro, retornável, na hora da compra. No entanto, o aparente conforto se transformou em transtorno devido ao imenso volume de unidades que inundam os lixões e aterros sanitários do país. Calcula-se que uma embalagem dessas leva quase 500 anos para se degradar totalmente.

MÚSICA: "Tem quem queira" (c/Rita Ribeiro)

"Se te dou esse conselho
É pra tu sair dessa asneira
Se você não quer, tem quem queira
Se você não quer, tem quem queira"

O princípio dos 3Rs é a solução mais viável para este problema. Experiências de redução do consumo, reutilização do material e reciclagem têm se espalhado pelo país com resultados muito positivos. Em Santo Antônio do Descoberto, uma das cidades mais carentes de Goiás, as garrafas pet recolhidas do lixo ou junto à comunidade ganharam múltiplas utilidades na escola municipal "A Caminho da Luz´, como conta o educador ambiental Raílson Ribeiro.

"No ano passado, fizemos um ´dia da família na escola´, no qual a gente ensinou os pais a fazerem canteiros suspensos. Para quem não tem espaço em casa para plantar, eles utilizavam as garrafas pet para montar esses canteiros na vertical. Esses canteiros ficavam pendurados na parede da casa. Na horta também, elas servem para fazer a parede dos canteiros no terreno da escola. Para os professores, elas servem como material para criar jogos educativos e brinquedos pedagógicos para os alunos."

Segundo Raílson Ribeiro, o trabalho atinge os cerca de 500 alunos e 50 professores da escola, que também acabam atuando como difusores das técnicas de reciclagem na comunidade.

Outra experiência audaciosa com embalagens pet vem da região sul do Brasil. O Laboratório de Sistemas Construtivos, da Universidade Federal de Santa Catarina, propõe um novo conceito de construção de residências, no qual as garrafas pet substituem tijolos e vigas. O coordenador do laboratório, professor Fernando Barth, explica que as garrafas são incorporadas no interior de painéis modulares, que são utilizados para construir uma casa pré-fabricada.

"As garrafas, que é a função delas? Tornar o painel mais leve, ou seja, diminuir o consumo de argamassa e cimento. E também melhorar o desempenho térmico. Então, nós conseguimos painéis com 10 centímetros de espessura com bom desempenho térmico por causa do ar que fica dentro das garrafas."

Fernando Barth disse ainda que as garrafas pet facilitam a passagem das instalações elétricas e hidráulicas da parede. O professor da Universidade Federal de Santa Catarina garante que o projeto é seguro e informa que o laboratório já pensa em desenvolver outro protótipo, dessa vez para uma casa de dois andares.

MÚSICA: "Tem quem queira" (c/Rita Ribeiro)

"Se quer, quer
Se não quer, tem quem queira
(Vai querer? Vai querer?)
Se não quer, tem quem queira"

As embalagens pet têm revelado uma extensa variedade de aplicações. Há iniciativas bem sucedidas de uso do material reciclado para a confecção de fibras têxteis, tapetes, carpetes, cortinas e lonas para toldos e barracas; enchimento para sofás, cadeiras e travesseiros; além da produção de enfeites, bandeja, fitas e até roupas em geral. O processo de reciclagem depende de várias fases, mas o fundamental é a separação prévia do material, que vai permitir maior eficiência na coleta seletiva. Lembre-se que aquela garrafinha pet jogada no lixo pode significar renda pessoal, inclusão social para a comunidade carente e preservação ambiental.

De Brasília, José Carlos Oliveira

A RÁDIO CÂMARA ACABOU DE REPRISAR A SEGUNDA MATÉRIA DA REPORTAGEM ESPECIAL SOBRE RECICLAGEM, QUE FOI AO AR ABRIL DO ANO PASSADO.

A abordagem em profundidade de temas relacionados ao dia a dia da sociedade e do Congresso Nacional.

De segunda a sexta, às 3h, 7h20 e 23h