Rádio Câmara

Reportagem Especial

Especial Circo 2 - A vida circense (04'12'')

28/04/2008 - 00h00

  • Especial Circo 2 - A vida circense (04'12'')

NESTE SEGUNDO PROGRAMA DA SÉRIE SOBRE O CIRCO VAMOS MOSTRAR UM POUCO DE COMO É A VIDA DO INTEGRANTE MAIS FAMOSO DO CIRCO: O PALHAÇO.

"E ALÉM DO RIO ANDAVAM MUITOS DELES DANÇANDO E FOLGANDO, UNS DIANTE OS OUTROS, SEM SE TOMAREM PELAS MÃOS. E FAZIAM-NO BEM. PASSOU-SE ENTÃO DIOGO DIAS, QUE FORA ALMOXARIFE EM SACAVÉM, O QUAL É HOMEM GRACIOSO E DE PRAZER. E LEVOU CONSIGO UM GAITEIRO NOSSO COM SUA GAITA. E METEU-SE A DANÇAR COM ELES, TOMANDO-OS PELAS MÃOS; E ELES FOLGAVAM E RIAM E ANDAVAM COM ELE MUITO BEM AO SOM DA GAITA. DEPOIS DE DANÇAREM FEZ ALI MUITAS VOLTAS LIGEIRAS, ANDANDO NO CHÃO, E SALTO REAL, DE QUE SE ELES ESPANTAVAM E RIAM E FOLGAVAM MUITO."

Essa é a descrição de um encontro entre Diogo Dias e os índios segundo registro de Pero Vaz de Caminha. O ex-almoxarife de Sacavém, descrito como homem gracioso, o que naquela época era o termo utilizado para denominar os atores cômicos, pode ser considerado o primeiro palhaço em terras brasileiras.

Clow, grotesco, truão, bobo, excêntrico, tony, augusto, jogral. Esses são apenas alguns dos nomes que designaram os palhaços em todo o mundo ao longo dos tempos.

Segundo a pesquisadora, Alice Viveiros, quando se pensa em circo é muito provável que as primeiras imagens sejam a do palhaço e a do trapezista.
Mas, apesar de sua importância não há registros sobre a trajetória desses artistas.

Atualmente nem tudo é riso na vida dos artistas circenses. Enfrentando preconceitos e a falta de recursos, os artistas dos circos mais pobres vivem com dificuldades diárias, desde autorização para montar suas lonas até a matrícula dos filhos nas escolas.

Essa tem sido a rotina de José Carlos Santos Silva, o palhaço Plim-Plim, que está com sua família em Brasília desde dezembro do ano passado.
O palhaço foi deixado um pouco de lado para que José Carlos continue sua campanha para que o circo seja contemplado nas ações de fomento à cultura.

"E como artista eu tenho que vir aqui na casa do povo e pedir por que que minhas filhas quando eu estou na itinerância não tem o direito de estudar? Onde a lei 301 diz chegar na escola e matricular seus filhos, mas quando a gente chega não tem vaga, quando diz que é circense, aí é que não tem vaga mesmo aí manda ir pra uma regional, onde a lei não manda ir na regional, a lei diz procurar a escola mediante o boletim anterior. Então eu fui no Ministério da Educação e pra surpresa minha, eles não conhecem a lei"

Atualmente tramita na Câmara projeto de lei que obriga prefeitos a deixarem que os circos se instalem na cidades, garantindo infra-estrutura adequada para a realização do espetáculo, como água, luz , transporte, segurança e um espaço para a montagem do espetáculo.

Muito diferente da prática vista atualmente em que diversas cidades proibem as apresentações circenses. Segundo a atriz e pesquisadora, Alice Viveiros, às vezes,o motivo do preconceito é a retirada de recursos do município ou o medo de que circenses roubem criancinhas.

"Em alguns casos você tem Câmara de Vereadores, prefeitos que tem interesse, que tem um cinema na cidade, às vezes é época da festa da padroeira da cidade então há uma concorrência com outros lucros da cidade e também esse preconceito contra uma atividade que é uma coisa muito arraigada essas coisas de circo que rouba criancinha tem uma coisa assim meio maluca que tem por aí."

Mas a situação muda quando o circo que visita a cidade é grande. Porém, como a maioria dos circos tem estrutura pequena, quase familiar, os artistas sofrem esse tipo de retaliação, informou Alice Viveiros, que há dez anos trabalha indicando artistas brasileiros para atuarem no Cirque de Soleil.

NO PROGRAMA DE AMANHÃ, O ÚLTIMO DA SÉRIE SOBRE O CIRCO, VAMOS FALAR DE UM ASSUNTO POLÊMICO: O USO DE ANIMAIS. NÃO PERCAM.

De Brasília, Karla Alessandra

A abordagem em profundidade de temas relacionados ao dia a dia da sociedade e do Congresso Nacional.

De segunda a sexta, às 3h, 7h20 e 23h