Rádio Câmara

Reportagem Especial

Especial Mulher - Importância da cirurgia reparadora - ( 03' 46" )

03/03/2006 - 00h00

  • Especial Mulher - Importância da cirurgia reparadora - ( 03' 46" )

NA SÉRIE DO REPORTAGEM ESPECIAL DESTA SEMANA, TODA DEDICADA À MULHER, VOCÊ VAI ENTENDER O QUE REPRESENTA A CIRURGIA REPARADORA, PARA MULHERES QUE PERDERAM A MAMA PARA O CÂNCER.

A servidora pública Ana Íris Aguiar de Araújo teve câncer de mama com 28 anos. Com o diagnóstico, veio a certeza de que teria que retirar totalmente sua mama esquerda. Depois de todo o processo de retirada, tratamento e reparação, Ana Íris é grata à evolução da medicina que permitiu que ela fizesse a cirurgia reparadora daquilo que ela chama de amputação. Ela diz que a possibilidade de reparação é um suporte psicológico muito grande.

"Fica com o corpo feio e perde a sensibilidade ao mesmo tempo. Agora com a cirurgia reparadora, você tem como rever isso que você perdeu em parte, pelo menos não fica deformada, não fica todo mundo te perguntando."

No Brasil, a cirurgia reparadora em mulheres que tiveram seus seios parcial ou totalmente retirados já é lei desde 1999. Naquele ano, as mulheres atendidas pelo SUS passaram a ter direito de fazer a cirurgia gratuitamente. Dois anos depois, os planos de saúde também foram obrigados a incluir o serviço de cirurgia reparadora às suas seguradas. O cirurgião plástico do Hospital do Câncer de São Paulo, Maurício Castello Domingues, confirma que, hoje em dia, a cirurgia reparadora já faz parte do próprio tratamento das mulheres com câncer de mama. Ele garante que todas as mulheres com a doença são encaminhadas para o cirurgião plástico reparador, tanto quando retiram totalmente a mama, a chamada mastectomia total, quanto na mastectomia parcial. O cirurgião plástico reconhece a importância da cirurgia reparadora.

"É importante para o bem-estar da mulher, para a auto-estima. É difícil você ver uma mulher que não se incomode em ficar sem a mama, todas realmente querem passar pelo cirurgião plástico para que elas posssam ter a chance de permanecer com sua auto-imagem, com seu corpo em ordem."

No Hospital do Câncer de São Paulo, cerca de 40 mulheres têm suas mamas reconstituídas todos os meses. Dessas, 30% são feitas pelo Sistema Único de Saúde, diz o cirurgião plástico Maurício Castello Domingues.

TRILHA:

O médico mastologista José Antônio Ribeiro Filho é coordenador do Câncer da Secretaria de Saúde, do Distrito Federal, e explica que, geralmente a plástica é simultânea à cirurgia do câncer, no caso de ser retirado apenas um quadrante do seio. No caso de mastectomia, a reconstrução pode ser feita com retalhos de outros músculos da própria pessoa, por exemplo, ou com um expansor. Ele diz que a presença de um cirurgião plástico é uma garantia a mais para a paciente.

"Isso nós chamamos de plástica oncológica. Fazer uma plástica mas visando o tratamento oncológico, que é o tratamento do câncer. Isso dá até para a gente muito maior segurança, porque você tendo um cirurgião plástico à sua disposição, você amplia a cirurgia, você dá mais segurança, você dá melhores condições à paciente ficar curada."

O Instituto Nacional do Câncer estima em mais de 48 mil o número de novos casos de câncer de mama em 2006. Isso significa um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. O câncer de mama segue como o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo, atrás apenas o de pulmão, e o primeiro entre as mulheres.

De Brasília, ADriana Magalhães.

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