Painel Eletrônico

Fim da escala 6x1 não compromete produtividade e permite vida mais saudável a trabalhador, avalia deputado Vicentinho

02/06/2025 -

  • Entrevista - Dep. Vicentinho (PT-SP)

A proposta de emenda à Constituição que substitui a jornada de trabalho 6x1 por uma escala de 4 dias trabalhados por três de folga (PEC 8/25) está entre os temas mais procurados pelos cidadãos na página da Câmara dos Deputados nos últimos seis meses, com quase 70 mil pessoas sinalizando apoio integral ao texto, segundo enquete no site.

Em entrevista ao Painel Eletrônico (2/6), o deputado Vicentinho (PT-SP) comparou o movimento atual pelo fim da escala 6x1 com o da luta dos trabalhadores pela redução da jornada de 48 para 44 semanais, consolidada na Constituição de 1988. O deputado, que presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na década de 80, lembra que os argumentos contrários à redução de jornada à época eram muito parecidos com os atualmente utilizados para discordar da jornada 4x3.

“Os argumentos são muito parecidos com os argumentos de hoje: que não vai dar certo, que tem que discutir melhor. Bom, a Convenção 47 da OIT, já há muito tempo, ela diz que qualquer jornada superior às 40 horas semanais traz problemas de saúde para os trabalhadores. É bom lembrar que a OIT, participam dela o governo, as empresas e os trabalhadores”, argumentou.

A PEC que acaba com a jornada 6x1 foi apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP) (PSol-SP) e prevê a redução das horas trabalhadas na semana de 44 para 36 horas, sem redução de salário. O texto terá que passar primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Se aprovado, ainda terá de ser avaliado por uma comissão especial e em dois turnos de votação no Plenário.

Paralelamente a isso, a Comissão de Trabalho avalia a extensão da medida na subcomissão sobre o tema. O deputado Vicentinho integra o grupo. Para ele, a jornada semanal de 44 horas, além de pesada, compromete o convívio do trabalhador com sua família.

“É bom lembrar que os trabalhadores são sustentáculo da economia do nosso país e precisam ter um mínimo de dignidade. Nós não estamos mais na época da escravidão, estamos numa época em que o trabalhador, com uma jornada mínima, ele pode ser um grande produtor, trabalhando estimulado e respeitado. Nós fizemos um estudo e comprovou-se que as empresas que reduziram a sua jornada de trabalho não tiveram nenhum problema de produtividade. Muito pelo contrário, a produtividade aumentou,” defendeu.

Apresentação – Ana Raquel Macedo

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