Painel Eletrônico

Dissertação de mestrado do programa de pós-graduação da Câmara ganha prêmio. Trabalho fala do jornalismo independente na cobertura do Congresso Nacional

15/05/2025 - 08h00

  • Entrevista - Pesquisadora Sâmia Bechelane

Uma dissertação de mestrado desenvolvida no âmbito do programa de pós-graduação do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados foi a vencedora da sétima edição do prêmio Compolítica de teses e dissertações de 2025, promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação Política.

A dissertação “O jornalismo independente adentra o Parlamento, uma etnografia sobre o trabalho de Alma Preta e AzMina junto ao Congresso Nacional” foi apresentada pela pesquisadora Sâmia Bechelane, sob orientação da Professora Doutora Cristiane Brum Bernardes.

Em entrevista ao Painel Eletrônico (15/5), Sâmia explicou que a ideia da pesquisa surgiu do trabalho que ela desenvolvia como assessora de comunicação da ex-deputada federal Áurea Carolina entre 2019 e 2022. Segundo a pesquisadora, o estudo buscou explorar, descrever, analisar e interpretar o relacionamento entre as iniciativas de jornalismo independente Alma Preta e Azmina com o Congresso Nacional.

“A pesquisa revelou ao longo do tempo que Alma Preta e AzMina são o que a gente chama na literatura acadêmica de jornalismo independente, em algumas vertentes básicas, da independência editorial e de conteúdo, da independência financeira principalmente ligada à sustentabilidade desses veículos, o que é um grande desafio. E eles também apresentam uma estreita relação com um jornalismo de dados. Eles evoluíram para projetos maiores, com uma atuação que vai além. Ela é muito próxima de organizações da sociedade civil que trabalham ali também com advocacy e com representação de interesses, causas coletivas. E a gente observou que existe um lugar também de cooperação com outras iniciativas de jornalismo, inclusive da imprensa corporativa,” detalhou Sâmia.

A pesquisadora destacou que a iniciativas Alma Preta e AzMina atualizam o histórico das imprensas negra e feminista no Brasil, atuando, também, como representantes em relação a temas de raça e gênero. Isso favorece, segundo Sâmia Bechelane, a aproximação e a afinidade com mandatos que tenham igualmente uma perspectiva feminista antirracista.

Ao mesmo tempo que Alma Preta e AzMina reafirmam a identidade com o campo jornalístico, recusam os rótulos da isenção, da neutralidade e da imparcialidade, explicitando compromisso com o foco em raça e gênero. Com isso, conclui Sâmia Bechalene, contribuem para renovar e ampliar as bordas do chamado jornalismo canônico.

A dissertação sobre o jornalismo independente de Alma Preta e AzMina no Congresso Nacional está disponível na biblioteca digital da Câmara dos Deputados. Clique aqui e tenha acesso ao texto.

Apresentação - Ana Raquel Macedo

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