Programas da Rádio Câmara

A Comissão de Educação da Câmara aprovou a inclusão do combate ao preconceito contra a pobreza na educação básica (PL 355/24). Em entrevista ao Painel Eletrônico (9/5), o autor do projeto, deputado Reimont (PT-RJ), defendeu o combate à chamada aporofobia, ou aversão à pobreza, de forma transversal nas escolas para que a educação seja libertadora, transformadora e para toda a vida.

“Martin Luther King dizia: ‘Uma criança não nasce sabendo odiar. Se ela precisa aprender, ela também precisa aprender a amar’”, destacou o parlamentar.

Reimont lembrou que muitas prefeituras constroem espaços para que as pessoas em situação de rua sejam afastadas, com pedras pontiagudas, cercas, arames, barras de ferro. A chamada arquitetura hostil é um dos traços da aporofobia nas cidades. Essa aversão à pobreza traz outras atitudes que tiram a dignidade das pessoas menos favorecidas na sociedade.

“Mas o fato de alguém estar mais empobrecido não significa dizer que ele é menos digno, que ele é um cidadão de segunda categoria. Então, quando na escola, independente da escola de classe A, B, C ou D, independente de ser uma escola de uma área rica da cidade ou de uma área periférica, independente da escola ser uma escola pública ou privada, ser uma escola confessional ou não; em todos os lugares, o tema é muitíssimo bem-vindo,” acrescentou.

Reimont lembrou que o debate contra preconceito evita hostilidades diversas, inclusive o bullying. Para o deputado, a proposta que inclui esse tema nas escolas dialoga também com o projeto do Plano Nacional de Educação, em discussão igualmente na Câmara.

A inclusão do combate ao preconceito contra pobreza de forma transversal nos currículos das escolas da educação infantil, do ensino fundamental e do médio precisa ser votada ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça. Para virar lei, precisará da aprovação também do Senado.

Apresentação - Ana Raquel Macedo