Painel Eletrônico
Deputado alerta para danos causados por mercúrio e defende legislação mais rigorosa
03/04/2025 - 08h00
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Entrevista - Dep. Nilto Tatto (PT-SP)
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), alertou que os danos causados à saúde e ao meio ambiente pelo mercúrio exigem a ampliação da restrição sobre o produto.
Em entrevista ao Painel Eletrônico, Tatto comentou os dados de relatório lançado pela ONG WWF, em parceria com as frentes parlamentares ambientalista e dos povos indígenas, nesta semana na Câmara dos Deputados. O Plano de Mitigação dos Impactos do Mercúrio no Ambiente Amazônico e em suas Populações traça estratégias elaboradas por cientistas, pesquisadores e lideranças de comunidades tradicionais para reduzir os danos da contaminação na saúde humana e no meio ambiente. O mercúrio traz prejuízos não apenas a áreas impactadas pelo garimpo ilegal de ouro, como também a centros urbanos.
Segundo Nilto Tatto, o mercúrio nos rios contamina peixes que são depois consumidos por ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas e toda a população que come pescado da Amazônia. Ele lembra que outras partes do país também recebem os pescados contaminados por mercúrio.
“Hoje você tem boa parte da população amazônica, em especial povos indígenas, contaminada com mercúrio no corpo. E esse mercúrio causa uma série de doenças, principalmente neurológicas,” alertou Tatto.
O deputado é autor de um projeto (PL 2417/24) para proibir o uso de mercúrio no aproveitamento de substâncias minerais. Tatto lembra que, embora haja um consumo grande de mercúrio pelo garimpo ilegal, há também o uso por atividades de mineração legalizadas e até mesmo em tratamentos dentários, embora existam alternativas a esse uso.
Nilto Tatto destacou, além disso, que o Brasil é signatário da Convenção de Minamata, que visa a reduzir a emissão, o fornecimento e o mercado de mercúrio no mundo.
“É muito importante controlar a importação de mercúrio, porque a maior parte do mercúrio entra de forma ilegal no país. Quer dizer, vem lá da China, passa pelos países fronteiriços, principalmente na Amazônia, para poder abastecer essa rede de crime da atividade garimpeira ilegal,” destacou.
Apresentação – Ana Raquel Macedo