Painel Eletrônico
Deputado Sidney Leite diz que Amazônia não é santuário e que exploração da margem equatorial é oportunidade única para a região
21/02/2025 - 08h00
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Entrevista - Dep. Sidney Leite (PSD-AM)
O deputado Sidney Leite (PSD-AM), favorável à exploração de petróleo na margem equatorial, diz que o Amazonas “não é um santuário”. “Lá, vivem homens, mulheres e crianças”, resume. Ele reclama: a margem equatorial inclui a Guiana e o Rio Grande do Norte, “mas só a Amazônia precisa ser preservada”. Ele argumenta que o Brasil não descobriu novas reservas e pode até, no futuro, voltar a ser importador de petróleo. Leite alega ainda que os investimentos vão levar R$ 280 bilhões para a região e gear 350 mil empregos. Ele diz que a questão precisa ser debatida “sem romantismo”. E vê a exploração da margem equatorial como uma “oportunidade única” para a região.
Sidney Leite afirma que “não é justo” só defenderem a preservação e não o desenvolvimento da Amazônia. “A desigualdade campeia no Amazonas. Um milhão e meio de pessoas não têm acesso à energia elétrica”, diz. Ele cita a usina de Belo Monte, no Pará, que, segundo ele, provocou um desastre ambiental. “Mas quando é para gerar energia para os outros estados, pode”, conclui. O deputado reclama ainda da ausência do governo federal no sul do estado, considerada a última fronteira agrícola do país. “Ibama, Instituto Chico Mendes e Incra não estão lá”.
Sidney Leite afirma que a região está abandonada. Ele defende a regularização fundiária e o combate ao garimpo ilegal. “Não basta criar unidades de conservação”, reclama. “É preciso mantê-las”. Ele afirma que os indígenas do Amazonas estão na mesma situação dos Yanomami de Roraima. Diz ainda que não há “projetos estruturantes” para a região.
Sidney Leite lembra que a Amazônia explora gás natural na reserva de Urucu, há décadas, sem que nunca tivesse acontecido nenhum acidente. Ele acredita que a COP30 será “uma grande oportunidade” para esclarecer a situação a Amazônia. “Tem muita gente que se diz ‘doutor em Amazônia’ sem nunca ter visto o encontro das águas”, afirma.
Sisney Leite também critica o Ibama. “É inaceitável que um órgão como o Ibama leve 10 anos para decidir se pode ou não prospectar a região. O parlamentar afirma que a Guiana produz 600 mil barris por dia, com previsão de aumentar para 1,2 bilhões de barris/dia até 2027. Por fim, Leite diz que a margem equatorial fica a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas. “Não é na foz”, ressalta ao criticar os que tentam confundir o debate.
Apresentação - Mauro Ceccherini