Painel Eletrônico
Exposição na Câmara lembra os 30 anos da Conferência de Pequim, marco importante na luta pela igualdade de gênero
20/02/2025 - 08h00
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Entrevista - Servidora Ana Cláudia Lustosa
Uma exposição, na Câmara dos Deputados, comemora os 30 anos da quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, promovida pela ONU em Pequim, na China, em 1995. A mostra “Pequim + 30 e a igualdade de gênero no parlamento brasileiro”, organizada pela Secretaria da Mulher e pelo Centro Cultural da Câmara, vai até 20 de março no corredor Tereza de Benguela, que fica entre as comissões e o plenário da Casa. As visitas poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, nos horários de funcionamento da Câmara.
A curadora do evento, a servidora Ana Cláudia Lustosa, lembra que a conferência foi um marco porque criou uma plataforma com metas para a igualdade de gênero. Foram fixados objetivos em 12 áreas, incluindo temas como pobreza, saúde, violência, educação, direitos humanos, meio ambiente e participação política. Ela ressalta que o evento reuniu mais de 5 mil delegados e teve a participação de 189 países, que se comprometeram a seguir essa plataforma.
No parlamento brasileiro, Ana Cláudia lista os avanços conquistados: Lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, Lei da violência Política, Lei da Igualdade Salarial e Lei da Política de Cuidados, além da cota de 30% de candidaturas femininas. Ela destaca que as conquistas, como o direito ao voto, são muito recentes. “Hoje, temos 92 deputadas na Câmara. É muito pouco ainda. Mas foi um avanço”, declara A servidora, que não se considera pessimista.
A exposição mostra, por exemplo, que – mantido o ritmo atual – as mulheres só terão paridade na representação do parlamento em 40 anos. E só em 140 anos elas terão igualdade na posição de cargos de liderança no país. Ana Cláudia afirma que existe ainda um longo caminho a percorrer. “Mar é preciso reconhecer também o que já foi feito”, pondera. O evento reúne fotos, vídeos e textos informativos que destacam os marcos legais e ações adotadas no brasil no enfrentamento às violências e discriminações. Há uma linha do tempo, com as conquistas já alcançadas. “Mas fazemos também algumas provocações, para fazer as pessoas pensarem. Por que ainda precisamos insistir neste tema?”, pergunta. “Queremos que as pessoas abram o coração para aprender um pouco mais sobre o tema”, convida.
Apresentação - Mauro Ceccherini