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Dep. Nilto Tatto: seria “catastrófica” a possiblidade de a COP29 terminar sem nenhum acordo para conter eventos climáticos

22/11/2024 -

  • Entrevista - Dep. Nilto Tatto (PT-SP)

O deputado Nilto Tatto (PT-SP) disse que as negociações avançaram pouco na COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão. A principal questão é definir um novo financiamento global para conter as emissões de gases do efeito estufa. Pelo Acordo de Paris, foi fixado o valor de US$ 100 bilhões, que se revelou insuficiente. Segundo Tatto, muitos países também não cumpriram com o pagamento. Agora, segundo ele, seria necessário, no mínimo US$ 1 trilhão – já que os eventos climáticos se aceleraram no mundo todo. Ele cita as enchentes no Rio Grande do Sul e na Espanha, além das secas no Brasil. Tatto lembra que as secas na Amazônia acabam afetando mais as populações ribeirinhas e indígenas, que ficam sem transporte, sem caça e sem pesca.
Nilto Tatto diz que a conta deve ser paga pelos maiores poluidores: Estados Unidos, Canadá e Europa (do lado dos países ricos) e China, Índia, África do Sul e Brasil (do lado dos países em desenvolvimento). Ele lembra que a China é a maior emissora de gases do efeito estufa em todo o planeta. E que os Estados unidos são os maiores emissores per capita. Tatto lembra também a proposta de taxação dos superricos, que surgiu no G20, como uma das possíveis fontes deste financiamento. Mas lembra que a adesão a esses acordos internacionais é sempre voluntária e depende do convencimento dos países.
O deputado acha que seria uma “catástrofe” a possiblidade de a conferência terminar sem nenhum acordo sobre um novo financiamento global. Isso, segundo ele, colocaria em risco o limite de aumento da temperatura global em 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. “Não consigo imaginar que as lideranças mundiais não tenham sensibilidade para chegar a um acordo mínimo”, diz.
O deputado disse sentir “orgulho” da participação do Brasil na COP29. Segundo ele, o país “fez a lição de casa” e, por isso, pode assumir papel de liderança nas negociações. Nilto Tatto tem grande expectativa em relação à COP30, que será em Belém, em 2025 – apesar de ela acontecer já no mandato presidencial de Donald Trump, nos EUA. “Será a COP das COPs, um evento grandioso”, resume. No encontro, serão definidas novas metas de redução de emissão dos países. O Brasil já antecipou a sua meta, que será de diminuição de emissões de gases do efeito estufa de 59% até 67%, em 2035.
Apresentação: Mauro Ceccherini

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