Rádio Câmara

O professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel, acredita que será difícil construir consensos no G20, em cima da pauta proposta pelo Brasil. A pauta inclui 3 eixos: inclusão social, reforma da governança global e transição energética. Ele acredita que a Argentina, sozinha, não será capaz de impedir que o grupo chegue a uma declaração final conjunta. A Argentina é contra a taxação dos superricos, a regulação da internet e a inclusão de pautas relativas a questões de gênero. Segundo ele, o corpo diplomático dos dois países deve trabalhar para colocar freios nas pretensões do presidente Javier Milei.

O professor da ESPM acredita, no entanto, que as discussões reúnem condições para avançar, já que são temas que dizem respeito a todos os países, “sem viés ideológico, embora tenha sempre um viés político”. “A mudança climática não enxerga fronteiras, atinge a todos”, resumiu. Para Uebel, o fato de a reunião do G20 estar acontecendo ao mesmo tempo em que a COP29, no Azerbaijão é “simbólico”, já que os temas ambientais devem estar presentes na mesa dos dois eventos.

Roberto Uebel acredita que as guerras também poderão “ofuscar” o encontro do G20 no Rio de Janeiro. Mas acredita que elas nãos serão o tema central da reunião. Ele lembrou que os Estados Unidos serão anfitriões do G20 em 2026, já sob a presidência de Donald Trump. Isso, na opinião dele, pode ser um fator para a fragmentação do grupo já que Trump se mostra contrário a acordos multilaterais.

Apresentação: Mauro Ceccherini