Rádio Câmara

Deputado Airton Faleiro (PT-PA) diz que é preciso “dar um cavalo de pau no modo como a gente se relaciona com a natureza”. Ele afirmou que medidas emergenciais não vão adiantar diante da maior seca já registrada na história do país. “É preciso haver medidas estruturantes”, defende. “Ou a gente só vai enxugar gelo”.
Ele cita como exemplo a Amazônia. “Antes, floresta viva não pegava fogo. Era um clima regular: 6 meses com chuva e 6 meses com menos chuva”, constatou. “Agora, estamos vivendo um novo normal”.

Faleiro sustenta que é preciso ter um sistema de abastecimento de água para as comunidades ribeirinhas, quilombolas e agricultores familiares. Isso se daria por meio de poços artesianos ou captação de água dos rios e da chuva. Os recursos poderiam vir do Fundo Amazônico, completa. “Seria uma espécie de ‘Água Para Todos’”, diz, comparando com o programa que levou energia elétrica e luz para a zona rural.

Faleiro diz que outra mudança estruturante seria criar um banco de sementes, que viriam de áreas não afetadas pelas secas. Essas sementes seriam distribuídas para as comunidades afetadas, para recomeçarem, tendo o apoio de máquinas e equipamentos. “É preciso mexer no sistema de produção ou nossa segurança alimentar estará ameaçada”, prega.

O deputado do Pará falou que o Brasil e o mundo estão diante de um grande desafio: o de produzir alimentos saudáveis e em larga escala. Segundo ele, a seca provoca escassez de alimentos, aumenta os preços dos produtos e têm reflexos na economia, na forma de inflação. Ele lembra que, nas crises de abastecimento, os alimentos acabam vindo de regiões mais distantes, gerando custos de transporte.

Apresentação - Mauro Ceccherini