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O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 73,6 mil novos casos de câncer de mama neste ano. Segundo o Inca, é o tipo de tumor que mais mata mulheres no Brasil, com maior percentual de mortes na faixa etária entre 50 e 69 anos.

Os dados foram divulgados como parte das ações do Outubro Rosa, quando diferentes órgãos públicos e entidades se unem em campanhas por prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama.

Na Câmara dos Deputados e no Senado, uma série de eventos está prevista, como destacou em entrevista ao Painel Eletrônico (6) a primeira procuradora adjunta da mulher, a deputada e também médica Carla Dickson (União-RN).

“O Congresso está iluminado de rosa, nós teremos debates e teremos o lançamento de uma cartilha, juntamente com a Secretaria da Mulher do Senado. Eu sou responsável pela parte da saúde e nós vamos, nessa cartilha, falar não só do câncer de mama, mas dos cânceres ginecológicos. Estamos alertando a mulher que é não é somente na pós-menopausa que os cânceres estão chegando, eles estão chegando antes e as doenças ginecológicas, elas precisam, sim, ser alertadas,” explicou.

Carla Dickson destacou o papel do Congresso Nacional em votar leis e fiscalizar as políticas públicas voltadas à prevenção, detecção precoce e tratamento do câncer de mama.

“O diagnóstico precoce salva vidas. E também as campanhas que estão acontecendo no Brasil inteiro para diminuir o sedentarismo e a obesidade, que são dois fatores de risco extremamente importantes, não só para o câncer de mama, mas para os demais cânceres também,” alertou.

A deputada considera importante o anúncio do Ministério da Saúde em oferecer a mamografia, no Sistema Único de Saúde, a partir dos 40 anos e não apenas aos 50. Segundo o ministério, a decisão foi tomada porque a faixa etária entre 40 e 49 anos concentra 23% dos casos da doença e a detecção precoce aumenta as chances de cura.

“Foi acertada essa determinação do Ministério da Saúde de diminuir a idade de 50 para 40 anos e não esquecendo que uma mama de 40 anos ainda é uma mama densa. Associado a essa mamografia, muito provavelmente o colega médico vai pedir o ultrassom mamário,” disse.

Recentemente, deputados e senadores aprovaram a medida provisória do programa Agora tem Especialistas, para ampliar o atendimento especializado no SUS. Segundo Carla Dickson, por conta da pandemia da Covid-19, houve uma demanda reprimida de exames e, por isso, é correta a inclusão do combate ao câncer de mama entre os atendimentos previstos no programa.

“E nós estamos colhendo essa demanda reprimida, essa alta demanda de mamografias, ultrassonografias mamárias, de diagnóstico agora, nesses últimos anos. É importantíssimo ter mais especialidades agora, para acabar com essa demanda reprimida e dar os encaminhamentos corretos dos pacientes,” afirmou.

A deputada também reforçou a necessidade de cumprimento da Lei dos 30 Dias (Lei 13.896/19), que estabelece que pacientes com suspeita de câncer no SUS tenham direito a exames em no máximo 30 dias a partir da indicação médica. O mesmo para a Lei dos 60 dias (Lei 12.732/12), que determina que pacientes com diagnóstico de câncer no SUS sejam encaminhados a tratamento em no máximo 60 dias.

Apresentação - Ana Raquel Macedo