Delegados e deputados sugerem medidas para aumentar segurança em shopping centers
Banco de dados nacional com informações das quadrilhas, assim como o uso de reconhecimento facial, foram sugeridos em audiência pública
15/12/2021 - 20:29
De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), foram registrados nos últimos cinco anos 303 roubos a esses estabelecimentos. O alvo principal dessas ações são as joalherias e as lojas de telefonia celular. Dados mostram também que o movimento de pessoas nesses centros comerciais em 2021 foi de 341 milhões de frequentadores por mês.
Para discutir formas de tornar a segurança nesses locais mais eficiente, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado realizou audiência virtual nesta quarta-feira (15).
O ex-subsecretário da polícia civil do Rio de Janeiro Rodrigo Teixeira afirmou que, como se tratam de crimes premeditados e que são realizados pelas mesmas quadrilhas em diferentes localidades, é fundamental criar um banco de dados nacional e unidades especializadas nesse tipo de crime.
“Tratar isso em unidades especiais de polícia judiciária me parece uma situação mais factível. E com um sistema integrado de comunicação entre os shoppings e principalmente as unidades de Polícia Militar, porque são as que têm mais capilaridade e conseguem chegar mais rápido para atender esse tipo de ocorrência”, disse.

O delegado de polícia do Rio de Janeiro Márcio Franco afirmou que, com a organização de uma força-tarefa, a polícia carioca conseguiu coibir as ações dentro de shoppings antes que elas acontecessem. Para ele, seria mais fácil evitar essas ocorrências se o reconhecimento facial fosse adotado nos shoppings.
“Nós temos atuado aqui de uma forma bastante contundente. Várias quadrilhas foram identificadas. Algumas quadrilhas até com certo planejamento, com certa organização e nós temos identificado muito fazendo o monitoramento disso”.
Lugar seguro
O deputado Delegado Antônio Furtado (PSL-RJ) afirmou que é preciso discutir formas de proteger os lojistas e os frequentadores dos shoppings que procuram aqueles estabelecimentos em busca de um lugar seguro para realizar suas compras.
“O que nós queremos é unir as nossas visões, ainda que elas eventualmente sejam divergentes, para buscar uma forma de conter esse avanço da criminalidade”.
Câmeras
O representante da Abrasce, Sérgio Vieira, afirmou que o sistema de vigilância dos shoppings, que é baseado em circuito fechado de câmeras e vigilantes, tem funcionado bem para inibir as ações de bandidos dentro dos estabelecimentos.
“A existência desse sistema é de uma certa forma inibitória porque as imagens são registradas. Os shoppings geralmente se conectam com as inteligências das polícias. Essas imagens gravadas no shopping, em caso de furto ou roubo, são compartilhadas com as autoridades policiais para fins de apuração, de investigação”.
Sérgio Vieira disse que existe também vigilância armada nas áreas externas dos shoppings e no período em que não há circulação de pessoas.
Reportagem - Karla Alessandra
Edição - Ana Chalub