Relações exteriores

Relações do Brasil com China, Israel e Estados Unidos foram debatidas em seminário na Câmara

22/11/2019 - 08:37  

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O embaixador Yang Wanming disse que a China é um dos países que mais investe no Brasil

As relações políticas e comerciais do Brasil com China, Israel e Estados Unidos foram discutidas nesta quinta-feira (21) no seminário “Novos Anseios da Política Externa Brasileira: Renovar para Avançar”, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

O embaixador da China, Yang Wanming, afirmou que o Brasil tem, há tempos, grande superávit nas relações comerciais com a China, o que não incomoda os asiáticos. E que seu governo está comprometido a abrir o mercado e reduzir a taxa aduaneira e outras taxas comerciais.

Wanming disse ainda que a China é um dos países que mais investe no Brasil. A presença de mais de 300 empresas chinesas nas áreas de agricultura, infraestrutura, energia e mineração tem potencial para gerar 40 mil empregos diretos, segundo ele.

O diplomata falou também sobre a cooperação em tecnologia espacial, com o projeto de satélite sino-brasileiro, que começou na década de 1980, e o lançamento até o momento de quatro satélites. Criticando a pressão contrária norte-americana, ele lembrou sobre a possibilidade de transferência futura para o país de tecnologia 5G.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), lembrou a recente visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, à China e da realização do encontro dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Brasília, nos dias 13 e 14 de novembro, e anunciou a futura construção de uma rota terrestre, que ligará o porto de Santos ao de Antofagasta, no Chile.

“O projeto criará um corredor de desenvolvimento aos quatro países envolvidos - Brasil, Paraguai, Argentina e Chile -, reduzirá os custos e tempo de transporte entre o Brasil com os países da Ásia, especialmente com a China. Constitui projeto de grande interesse para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro e das relações bilaterais com a China”.

Na apresentação de Israel, o embaixador Yossi Avraham Shelley, afirmou que os dois países têm seis acordos assinados em áreas como ciência, energia, comunicação, educação, cibersegurança e gás natural. O diplomata lembrou ainda da abertura de escritório comercial brasileiro em Israel, possivelmente em dezembro, o que vai permitir o aumento do comércio bilateral entre Brasil e Israel.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Deputados Eduardo Bolsonaro e Rosangela Gomes debatem relações com EUA com o encarregado de negócios da embaixada norte-americana, William Popp

Comentando as relações com os Estados Unidos, a deputada Rosangela Gomes (Republicanos-RJ), presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Estados Unidos, falou sobre a oportunidade de aumentar a convergência política.

“A história nos mostra que na luta pelo desenvolvimento que um país bem-sucedido se mede pela capacidade que tem de estreitar relações com outras nações. O nosso objetivo é aprofundar o interesse entre nossas naturais convergências para que sejam vetores de mais progresso”, disse.

A parlamentar destacou que é preciso trabalhar diplomaticamente para que os procedimentos de transferência de corpos de brasileiros mortos em solo norte-americano possam ser mais rápidos.

O encarregado de negócios da embaixada norte-americana, William Popp, lembrou que os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência brasileira e que os dois países participaram juntos da II Guerra Mundial, defendendo a democracia.

No quesito comercial, ressaltou que a Câmara de Comércio entre os dois países (Amcham) é a maior do mundo, representando mais de 400 empresas norte-americanas que atuam no Brasil.

Reportagem - Eduardo Tramarim
Edição - Marcia Becker

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