Direito e Justiça

CCJ pode votar proposta que permite prisão após segunda instância; acompanhe

15/10/2019 - 14:10  

 

 

Começou há pouco, com obstrução, a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para votar proposta que permite a prisão de condenados em segunda instância.

Na reunião, os deputados deverão analisar a Proposta de Emenda à Constituição 410/18, que deixa clara a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.

O texto provocou polêmica na CCJ no ano passado e acabou não sendo votado. O deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR) era o relator, mas não chegou a apresentar parecer em virtude da vigência da intervenção federal no Rio de Janeiro, que impediu a análise de PECs no Congresso.

Neste ano, a relatora designada foi a deputada Caroline de Toni (PSL-SC), que ainda não apresentou o parecer.

Gil Ferreira/SCO/STF
A prisão em 2ª instância será novamente discutida no STF na quinta-feira

O caso de Lula
A proposta ganhou destaque no ano passado após a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Lula foi condenado, em segunda instância, a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, em São Paulo.

Pelo texto da PEC 410/18, após a confirmação de sentença penal condenatória em grau de recurso (Tribunal de 2º grau), o réu já será considerado culpado, podendo ser preso.

Hoje, o texto constitucional estabelece que o réu só pode ser considerado culpado – para fins de prisão – após o trânsito em julgado, ou seja, após o esgotamento de todos os recursos em todas as instâncias da Justiça.

O que diz o STF
Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou a jurisprudência vigente até então e passou a permitir o cumprimento de sentença penal condenatória após confirmação em grau de recurso (2º grau).

O STF volta ao tema nesta quinta-feira (17) quando deve votar três ações que discutem a validade da prisão após a condenação em 2ª instância.

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Reportagem - Paula Bittar
Edição - Wilson Silveira

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