Meio ambiente e energia

Ministro afirma que desmatamento na Amazônia diminui

Ricardo Salles falou sobre as ações do governo para reestruturar órgãos que atuam no combate ao problema

09/10/2019 - 19:01  

Convidado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, o ministro Ricardo Salles apresentou números que indicam uma redução no desmatamento da Amazônia: de 27,8 mil km2 em 2004 para uma média anual de 6,5 mil km2 nos últimos anos. Ele explicou que a área desmatada chegou a 4,6 km2 em 2012, mas voltou a crescer por conta de pressões por atividades ilegais como extração de madeira e garimpo.

Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS)
Rodrigo Agostinho (C) cobrou providências do ministro

O ministro do Meio Ambiente salientou uma contradição da região Amazônica: maior riqueza natural do País e menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele acrescentou que o combate ao desmatamento ficou prejudicado por conta de orçamentos mais baixos e pouca estrutura dos órgãos de fiscalização. E culpou governos anteriores por essa situação.

“Os órgãos estão sendo reestruturados, reequipados. Um esforço enorme para dar eficiência, dar gestão e tentar consertar essa fragilização. Agora, diante de um cenário econômico bastante fragilizado, que foi o que nós herdamos, não é fácil fazer essa reestruturação na velocidade, na intensidade que se desejaria”, justificou.

 

 

Emissões

A referência recorrente a erros de governos passados foi criticada pelos deputados de oposição presentes à audiência pública. Eles sugeriram que se leve em conta o debate global sobre preservação do meio ambiente e mudanças climáticas. Também cobraram mais recursos para a área no Orçamento de 2020 e mais estrutura para o Ibama e o ICMBio. O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), foi um dos parlamentares que pediram providências.

“70% das emissões brasileiras são provocadas por desmatamento. É verdade também que a gente não está em primeiro lugar igual à China, não estamos em segundo lugar igual aos Estados Unidos. Nós estamos em nono, décimo lugar, mas são emissões consubstanciais e que a gente pode reduzir muito. A gente pode ser o grande líder da sustentabilidade, mas nós temos que fazer nossa lição e nós não estamos fazendo nossa lição de casa”

Imagem prejudicada
Deputados que apoiam o governo federal reclamaram do debate ideológico e do prejuízo à imagem do Brasil no exterior com as notícias sobre as queimadas na Amazônia. Celso Maldaner (MDB-SC) afirmou que há compatibilidade entre o agronegócio e a preservação ambiental.

“(É a) primeira vez que temos harmonia entre o setor produtivo e a questão ambiental. Temos que produzir com sustentabilidade, porque quem mais preserva nesse País são os produtores rurais”, salientou.

Óleo
Parlamentares também cobraram providências efetivas sobre as manchas de óleo que atingiram as praias da região Nordeste nos últimos dias. Os deputados reclamaram do leilão de campos de petróleo que podem ameaçar a fauna e a flora do arquipélago de Abrolhos. Um abaixo assinado sobre este assunto foi entregue ao ministro Ricardo Salles depois do debate. Em um protesto no início da audiência pública, um adolescente deu ao ministro uma espécie de troféu, e chamou o ocupante da pasta do Meio Ambiente de “Exterminador do Futuro”.

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