Para Maia, privatização da Eletrobras vai garantir mais recursos para investimentos
21/08/2019 - 12:52
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (21) que a privatização da Eletrobras vai garantir mais recursos para investimentos no País. Segundo ele, os recursos que o governo é obrigado a colocar na estatal poderiam ser investidos na revitalização do São Francisco, em projetos sociais ou em infraestrutura, por exemplo.
Maia participou de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e diversos líderes partidários para debater a situação do orçamento público brasileiro e a capacidade de investimento do Estado brasileiro.
Maia disse que vai se empenhar para que a Câmara autorize a privatização da Eletrobras. Ele quer mostrar aos parlamentares que os recursos do sistema estão sendo retirados da saúde, da educação e de outras áreas importantes.
“Se o setor privado está disposto a colocar dinheiro no setor elétrico e no setor de saneamento, por que a gente criar obstáculos e problemas para o setor privado? Temos que ter uma regulação forte que obrigue os investimentos das empresas privadas nessas áreas e que a gente possa avançar”, disse Rodrigo Maia.
O ministro Paulo Guedes afirmou que a Eletrobras não vai conseguir manter o ritmo de investimento necessários e que, se nada for feito, o sistema vai colapsar. Para Guedes, está evidente que a sociedade precisa de recursos nas áreas de saúde e de educação.
“A Eletrobras é uma história crescente de incapacidade financeira, de não conseguir acompanhar o ritmo necessário de investimento. Já teve que vender algumas distribuidoras de energia. A gente corre o risco de ficar no escuro”, disse o ministro.
O presidente da Câmara informou ainda que a equipe econômica e os parlamentares devem se reunir novamente para tentar construir um texto que facilite sua tramitação na Casa e acelerar a privatização da Eletrobras.
“Queremos que os deputados compreendam que o setor vai investir, e parte dos recursos vão ser destinados aos estados da região”, afirmou.
Reforma administrativa
O presidente voltou a defender o controle dos gastos públicos para reduzir o tamanho do estado. Segundo ele, a reforma administrativa vai combater o alto custo da máquina pública, a ineficiência e a falta de produtividade do setor público.
Maia também reafirmou que é importante rediscutir em que condições o servidor público deve ter estabilidade e defendeu um novo marco salarial onde a carreira tenha relevância para o servidor.
“Como o salário é muito alto, o servidor trabalha mais em soluções para o extrateto do que valorizar sua carreira, porque a carreira é curta”, destacou.
Coaf
Rodrigo Maia também voltou a afirmar que a transferência do Coaf para o Banco Central garante que não vai haver interferências políticas no órgão.
“Teremos um Coaf técnico, sob a liderança do presidente do BC. A decisão inviabiliza uma tentativa de espaço político no órgão”, disse o presidente.
Ontem o presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória mudando o nome do Coaf e transferindo-o para o Banco Central.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição - Natalia Doederlein