Saúde

Falta de informação dificulta adoção da diálise peritoneal, diz debatedor

27/04/2017 - 19:04  

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Audiência pública para debater diálise peritoneal
Audiência da Comissão de Seguridade Social debateu adoção de diálise peritoneal para doentes renais

O representante da Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais, Renato Padilha, afirmou nesta quinta-feira (27) que a falta de informação é o principal entrave para que os pacientes possam optar pela diálise peritoneal, que é uma alternativa à hemodiálise convencional.

Padilha participou de audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados que discutiu a diálise peritoneal e seus benefícios para os pacientes renais crônicos.

A diálise peritoneal é a técnica que utiliza a membrana que envolve os órgãos abdominais (peritoneal) para filtrar o sangue, removendo excesso de água e toxinas do corpo. Uma de suas vantagens é que pode ser feita na casa do paciente, desde que ele receba o treinamento adequado nos serviços de saúde.

"Poucos pacientes têm conhecimento da diálise peritoneal, então precisa haver uma divulgação maior e o incentivo por parte dos profissionais de saúde da área de hemodiálise, os nefrologistas, para que a gente faça um trabalho de divulgar mais. Existe o serviço, mas não existe uma política de acesso e de divulgação", disse Renato Padilha.

Logística
A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) afirmou que a diálise peritoneal e a hemodiálise realizada nas clínicas têm custos similares para o Sistema Único de Saúde (SUS). Para ela, é preciso investir em treinamento para a equipe médica e acertar a logística com as empresas fornecedoras dos medicamentos para garantir o tratamento dos pacientes.

"Quando o paciente faz hemodiálise em um serviço, se na cidade dele não tem, o município é responsável pelo transporte. Esse paciente muitas vezes demora duas a três horas até chegar no serviço, fica em média quatro horas no serviço e volta para casa, três vezes por semana. Três dias por semana comprometidos com deslocamento e tratamento. Quando ele faz em casa o tratamento, que é a diálise peritoneal, nós estamos falando da empresa entregar as bolsas e os insumos necessários na casa de cada cidadão que precise fazer esse tratamento", disse a deputada.

A representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde Marema Patrício destacou que, entre 15% e 18% da população brasileira têm algum comprometimento renal e que, apesar do subfinanciamento, o SUS atende 90 mil dos 110 mil pacientes que precisam de diálise.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Pierre Triboli

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