Parlamentares defendem investigações, mas criticam divulgação da Operação Carne Fraca
21/03/2017 - 20:26
A Frente Parlamentar da Agropecuária criticou a forma como a operação “Carne Fraca” da Polícia Federal foi realizada na última sexta-feira (17). A operação desmascarou esquema mantido por grandes empresas de carne para vender produtos alterados e fora do prazo de validade.

Os deputados da Frente reafirmaram apoio à investigação das irregularidades, mas defenderam que a divulgação seja feita de forma técnica. O presidente da frente, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) afirmou que a ação acabou gerando pânico na população.
"A Polícia Federal faz um belo trabalho na maioria das suas operações, mas não tem o conhecimento técnico como é o caso desse para poder falar do tema, então é importante falar disso até porque não pode criar esse pânico nacional que foi criado”, disse.
Leitão sugeriu que parlamentares defendam na Europa as exportações brasileiras de carne e também que a Câmara crie uma Comissão Geral para debater a exportação e o sistema de fiscalização sanitária brasileiro. A União Europeia, China, Egito, Hong Kong e Chile restringiram a importação de carne brasileira.
“Bruxelas é centro do debate da inspeção sanitária mundial, então acho que lá precisamos reafirmar nosso papel. Um outro debate é uma comissão geral para debater nossa exportação, nosso sistema de vigilância sanitária no País, a legislação e o que pode ser melhorado”, afirmou Leitão.
Autoridade Nacional
O deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR) também criticou a ação da Polícia Federal e defendeu a criação de uma autoridade nacional para tratar de questões sanitárias no País. Segundo ele, apenas o secretário nacional de defesa sanitária poderia divulgar ações no setor de inspeção e fiscalização sanitária.
“Uma certa irresponsabilidade na divulgação dos fatos. A forma de divulgar causou um impacto muito acima da dimensão que devia ter. Só o secretário nacional de defesa sanitária e inspeção é que tratava desse assunto e todas as chefias em todos os estados eram subordinados a essa autoridade nacional e não pulverizados por 27 superintendentes estaduais”, destacou.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Newton Araújo