Para PGR, legalização dos jogos de azar dificulta combate ao crime organizado
13/12/2016 - 11:01

O secretário de relações institucionais da Procuradoria-Geral da República, Peterson de Paula Pereira, disse há pouco que a ampliação das modalidades de jogos de azar legalizados no País dificulta o combate ao crime organizado e, em especial, à prática da lavagem de dinheiro. Ele participa neste momento de comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados que discute um novo marco regulatório para os jogos de azar no Brasil (PL 442/91).
“O Ministério Público Federal (MPF) produziu uma nota técnica em que expressa posição contrária à ampliação das modalidades de jogos no Brasil”, disse Pereira. Segundo ele, instituições que atuam na repressão ao crime organizado, como o MPF, já enfrentam grande dificuldade para identificar valores ocultados por meio do crime e da corrupção.
Para o representante do MPF, a legalização dos jogos cria ainda mais obstáculos nesse sentido. “A legalização dos jogos torna-se um instrumento fértil para a ocultação de valores oriundos do crime e da corrupção e para a lavagem de dinheiro”, completou.
Ainda segundo Pereira, o Brasil precisaria dispor de um aparato estatal muito bem preparado e de legislação rigorosa para atuar nessa área. “Se já temos dificuldade de fiscalizar o preço da gasolina praticado nos postos de combustíveis e de fiscalizar o comércio de medicamentos vendidos no País, será que teremos estrutura suficiente para fiscalizar empreendimentos que vão operar jogos de azar?”, questionou.
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Reportagem - Murilo Souza
Edição - Marcia Becker