Política e Administração Pública

Comissão encerra discursos e passa à votação do impeachment no Senado

06/05/2016 - 13:09  

Depois dos discursos de dezoito líderes partidários, foi encerrada a fase de encaminhamento da votação do relatório que recomenda a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Comissão de Impeachment do Senado. Agora, passa-se à votação.

Durante os encaminhamentos, o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), afirmou que o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) mostra indícios claros de materialidade do crime de responsabilidade e de autoria da própria presidente Dilma Rousseff. “Esse processo não tem objetivo de engessar governantes ou criminalizar gestores, mas mostrar que os novos gerentes terão de ter compromisso com a lei orçamentária”, afirmou. “Ou tomamos uma decisão rápida, cumprindo o rito do Supremo Tribunal Federal, ou vamos ver um agravamento maior do quadro político, social e econômico do País”, emendou.

Já a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) afirmou que as acusações não são suficientes para caracterizar crime de responsabilidade. “Seis decretos de crédito suplementar e atraso de seis meses no repasse do Plano Safra: situações que nunca foram consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União, apenas em outubro de 2015 foram consideradas irregulares. Sequer um aviso foi dado à presidente e ela recebe a pena máxima”, criticou.

Segundo ela, a presidente está senado julgada pelo “conjunto da obra”, que significa ela não ter despachado sobre cargos com os políticos. E listou feitos do governo, como o programa Mais Médicos. Hoffmann também disse que se trata de um golpe contra a presidente Dilma Rousseff.

Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), não há golpe. “Dentro do devido processo legal, com ampla defesa, a presidente Dilma Rousseff está sendo julgada e será punida pelos crimes de responsabilidade que cometeu”, afirmou. Cunha Lima referiu-se ao “conjunto de mentiras” da presidente durante a campanha eleitoral de 2014. “Foi essa fraude fiscal que empurrou o Brasil para a crise econômica”, afirmou.

O senador Humberto Costa (PT-PE), no entanto, disse que o processo de impeachment foi banalizado pelo Congresso e que o relator, senador Anastasia, teve de usar “uma lupa” e fazer “contorcionismos jurídicos” para embasar o pedido. “A partir de agora, prefeitos e governadores impopulares poderão ser removidos do cargo se não tiverem um legislativo que o sustentem”, avaliou.

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Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Natalia Doederlein

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