Política e Administração Pública

Líder da Minoria defende desenvolvimento econômico e afastamento de Dilma

25/02/2016 - 18:11  

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Miguel Haddad
Miguel Haddad: para que o País volte a crescer, é essencial que a presidente Dilma deixe o governo

Líder da Minoria na Câmara dos Deputados, o paulista Miguel Haddad (PSDB-SP) diz que a bancada tem duas prioridades neste ano: o desenvolvimento econômico e o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A crença do parlamentar é que o País não voltará a crescer se Dilma não deixar o governo.

Diante da crise econômica, Haddad diz que a Minoria é contra qualquer aumento de imposto, inclusive a recriação da CPMF. O parlamentar também defende reformas estruturais, como a da Previdência Social, mas vai aguardar o governo enviar uma proposta para avaliar o assunto.

Aos 58 anos, Miguel Haddad cumpre seu primeiro mandato como deputado federal. Prefeito de Jundiaí (SP) por três vezes, ele foi também vereador e deputado estadual.

A Agência Câmara está publicando entrevistas com todos os líderes de bancadas escolhidos ou reconduzidos neste ano.

Quais serão as prioridades da Minoria para este ano de 2016?
São duas prioridades. A primeira é o desenvolvimento econômico. É fundamental que o País volte a crescer, a gerar empregos e melhores salários, que a inflação diminua e também o índice de desemprego, que o PIB [Produto Interno Bruto] cresça. Desenvolvimento econômico é essencial para o País, para cada um dos brasileiros. O segundo aspecto é o afastamento da presidente Dilma. Para que o País volte a crescer, é essencial que a presidente Dilma deixe o governo. Falta à presidente credibilidade, confiança. Os investidores hoje se sentem inseguros em relação ao País. Enquanto a presidente Dilma estiver à frente do governo, haverá uma crise que vem se aprofundando. Quando nós falamos em crise, falamos de sofrimento da população, principalmente a de baixa renda, as pessoas que estão desempregadas.

A bancada será contrária ou favorável à CPMF?
Nós somos contra a CPMF e qualquer aumento de imposto. O que nós temos visto no Brasil é que toda vez que há uma crise, tenta-se aumentar a receita por meio de novos tributos ou do aumento da alíquota dos já existentes.

Qual a posição em relação à reforma da Previdência Social?
O Brasil precisa ter algumas reformas estruturantes, mas é essencial que o governo apresente essa reforma e tenha, acima de tudo, o apoio do PT e da bancada aliada. Não faz o menor sentido a presidente Dilma dizer que vai apresentar uma reforma e, no dia seguinte, o PT desautorizar, dizendo que é contra. É essencial que ela apresente uma reforma, mas o faça com o apoio da sua base. Fora isso, é apenas uma peça publicitária, um discurso sem qualquer efetividade. Ela tem de apresentar propostas concretas.

A Minoria sugere alguma mudança no sistema previdenciário?
Essa é uma proposta do governo. O governo tem que apresentar uma proposta, ter o apoio da base aliada, para que nós possamos fazer a avaliação, se tem consistência.

A sua bancada será contrária ou favorável à proposta de prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU)?
Esse tema nós vamos discutir oportunamente, mas volto a dizer: vai depender muito do encaminhamento por parte da presidente.

E com relação à reforma tributária?
As propostas têm que ser encaminhadas pelo governo. É de responsabilidade do governo. A partir do momento em que ele apresenta e encaminha e, tendo o apoio da base, nós vamos fazer as avaliações necessárias.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.