Ciência, tecnologia e Comunicações

Debatedores pedem mais incentivo à indústria de jogos eletrônicos no País

Presidente de subcomissão defende reconhecimento dos games como desporto virtual

03/12/2015 - 15:53  

O presidente da Associação Comercial e Industrial das Empresas de Jogos do Brasil, Moacyr Alves Júnior, afirmou, na quarta-feira (2), que a ascensão da indústria de jogos no Brasil tem ocorrido de forma muito lenta. O tema foi discutido em audiência pública na Câmara dos Deputados, promovida pela Subcomissão Especial do Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Região Nordeste, vinculada à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Audiência Pública e Reunião Ordinária. Dep. JHC (SD-AL)
 Para JHC, é preconceito afirmar que os jogos virtuais causam sedentarismo e são violentos; são um esporte, como o xadrez

Segundo Moacyr Alves, isso se deve à alta carga tributária no País. Ele destacou que, enquanto o produto fabricado no País chega às lojas com imposto de até 35%, em plataformas digitais o game pode ser vendido a preços mais acessíveis, por estar livre de impostos.

"Não temos nada que incentive o produtor local a fazer o game. A mão-de-obra empregada para fazer um game é cara, porque são necessários um programador, um art designer, um sound designer. A produção já é encarecida pela mão-de-obra qualificada, e ainda tem a famosa carga tributária brasileira e os encargos trabalhistas. Fica quase impossível."

Esse mercado vai desde os jogos de entretenimento - como os de ação e de música - aos jogos educativos, usados em escolas e os chamados "jogos sérios" usados em empresas. Segundo o presidente da NC Games, Cláudio Macedo, essa indústria chega a movimentar até 80 bilhões de dólares no mundo.

Desporto virtual
Para o presidente da subcomissão, deputado JHC (PSB-AL), o Brasil está perdendo o capital intelectual de jovens desenvolvedores para outros países, por falta de incentivos políticos e financeiros. Segundo ele, é preciso reconhecer os games como esporte, como já fizeram Coreia do Sul, França e Estados Unidos.

“Queremos ter esse reconhecimento para que eles não fiquem à margem da sociedade. Há um preconceito, falam que game gera sedentarismo e que há jogos de violência. Mas isso é deseducação as pessoas, porque na verdade não entendem e têm um preconceito. O xadrez também, se você for pensar, é um esporte intelectual", justificou. JHC é autor do projeto de lei (PL 3450/15), em tramitação na Casa, que a Lei Pelé (Lei 9.615/98), para reconhecer o desporto virtual como prática esportiva.

Ele explicou ainda que a subcomissão discute a implantação de uma zona franca tecnológica na região Nordeste, voltada para o desenvolvimento de softwares de jogos e outras plataformas digitais.

Reportagem - Ana Gabriela Braz
Edição - Adriana Resende

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