Relações exteriores

Nações Unidas recomendam inclusão de peixe na alimentação escolar dos países latino-americanos

03/12/2015 - 10:29  

A representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Miriam Oliveira, recomendou, há pouco, a inclusão de pescado na alimentação escolar dos países latino-americanos. Ela participa do 2º Fórum de Parlamentares da Pesca e Aquicultura da América Latina e Caribe, que ocorre desde ontem na Câmara dos Deputados.

Segundo Miriam, as dificuldades para a inclusão do peixe na alimentação incluem alto custo, falta de hábito, falta de inspeção sanitária, falta de pessoal capacitado para manejo do peixe, falta do produto nos mercados locais e a falta de transporte adequado.

De acordo com ela, na escola, podem ser transformados os hábitos alimentares da população. Ela destacou que uma série de estudos sugerem que a ingestão de peixe pode ajudar as atividades cerebrais e a aprendizagem.

Direito à alimentação escolar
Conforme a representante da FAO, o primeiro passo dos países latino-americanos deve ser garantir o direito à alimentação escolar adequada. Ela lembrou que o Brasil já implementou um bem-sucedido programa de alimentação escolar desde 2009, e o exemplo deve ser seguido pelos outros países latino-americanos. “Cada município brasileiro tem uma nutricionista para elaborar o cardápio da escola”, disse.

Miriam afirmou que o programa de alimentação escolar do Brasil ajudou o País a sair do mapa da fome. “Às vezes a alimentação na escola é a única do dia da criança”, ressaltou. Segundo ela, o programa inclui não só a oferta de alimentos, como a educação alimentar. “Hoje no Brasil há a preocupação de que a educação alimentar seja levada às crianças”, completou. Ela destacou ainda que a alimentação escolar adequada vem ajudando não só na aprendizagem, como tem contribuído para evitar a evasão escolar.

Segurança nutricional
De acordo com a representante das Nações Unidas, o aumento da produção de alimentos não é suficiente para garantir segurança alimentar e nutricional dos povos latino-americanos. “A má nutrição também é consequência da falta de acesso à água potável e da escolha inadequada de alimentação” citou. “Entre jovens, não existe hábito de comer verduras, legumes e pescado”, complementou. “Por meio da alimentação escolar, vamos criar hábitos e cultura de alimentação mais saudável”, acrescentou ainda.

Miriam salientou que o programa de alimentação escolar saudável deve ser uma política de Estado dos países, e não de um determinado governo.

O fórum acontece no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.

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Reportagem - Lara Haje
Edição - Marcia Becker

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