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Voto impresso volta a ser defendido por deputados durante audiência pública

Deputados que participaram de reunião de CPI defenderam o voto impresso nas eleições.

03/11/2015 - 20:07  

Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o Sistema de Votação Eletrônica. Dep. Esperidião Amim (PP-SC)
Dep. Espiridião Amin defendeu a impressão dos votos pela urna eletrônica

Os deputados Esperidião Amin (PP-SC), Silas Freire (PR-PI), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Fábio Sousa (PSDB-GO) manifestaram dúvidas a respeito da segurança do sistema eleitoral brasileiro durante a reunião da CPI de Crimes Cibernéticos que debateu a votação eletrônica. Os parlamentares acreditam que os votos impressos poderiam garantir uma recontagem em caso de suspeitas.

O voto impresso estava previsto na chamada minirreforma eleitoral, aprovada em setembro pelo Congresso, mas o dispositivo foi vetado pela presidente Dilma Roussef há pouco mais de um mês.

Dúvidas
Os deputados manifestaram dúvidas sobre a segurança do sistema aos aos representantes do Tribunal Superior Eleitoral presentes à reunião, José de Melo Cruz, coordenador de Sistemas Eleitorais; e Giuseppe Janino, Secretário de Tecnologia da Informação.

Esperidião Amin deu como exemplo o caso de um município catarinense onde a urna, apesar de ter colhido os votos, falhou na hora da contagem, prejudicando os candidatos.

“Este caso foi devido a um mau funcionamento da urna. Não deu para recuperar os dados nesse caso porque houve uma pane, que não permitiu a checagem dos votos”, disse Janino.

“Mas, se houvesse o voto impresso, os votos poderiam ser contabilizados”, rebateu Amin.

“Nem assim seria possível garantir a lisura do resultado, já que o mau funcionamento foi na memória”, disse o secretário de Tecnologia do TSE.

“Não posso concordar com essa resposta”, contestou Amin.

Janino garantiu que, mesmo sem os votos impressos, a votação pode ser auditada – sem que se descubra em quem o eleitor votou.

Aumento da fiscalização
Janino e Cruz anunciaram que o TSE vai aumentar o número de órgãos que podem fiscalizar as urnas e o sistema seis meses antes das eleições. Além dos partidos políticos, também poderão participar o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União.

“A fraude é inviável. As barreiras de segurança são inúmeras e diversificadas. É possível quebrar um lápis, mas é muito mais difícil quebrar dez lápis juntos”, disse o Secretário de Tecnologia da Informação.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Mônica Thaty

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