Política e Administração Pública

Ex-presidente da Funcef nega prejuízos durante sua gestão

29/10/2015 - 10:51  

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O ex-presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Guilherme Lacerda, negou que tenha havido prejuízos no fundo durante sua gestão (2003-2010). Lacerda depõe, nesta quinta-feira (29), na CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados, que investiga problemas de gestão nos fundos federais.

Na audiência, o ex-presidente disse que assumiu uma instituição em situação complexa, que respondia a 26 processos no Ministério Público, na Polícia Federal, na Comissão de Valores Mobiliários e no Sistema de Proteção ao Crédito (atual Previc). "Existiam ainda vários investimentos com riscos elevados, como em ferrovias paulistas e em telefonia. Era uma imagem institucional negativa, desgastada. Havia baixíssima governança", exemplificou Lacerda.

Ele disse que, ao assumir o cargo, providenciou um diagnóstico da situação. Foram feitas ainda visitas aos órgãos fiscalizadores e houve a instalação de grupo técnico para fornecimento de informações. As medidas saneadoras incluíram ainda a conclusão de um acordo judicial com a Caixa, que resultou no recebimento de R$ 2,7 bilhões pela Funcef.

Entre os marcos de sua gestão, Guilherme Lacerda destacou o aumento no patrimônio da Funcef, que passou de R$ 9,7 bilhões em 2002 para R$ 44 bilhões em 2010.

Outro destaque, segundo Lacerda, foi o aumento real das aposentadorias: 30% de reajuste real e 27,61% de reajuste pelo INPC, totalizando 65,89%.

O benefício médio, que era de R$ 1.501 em 2003, passou para R$ 2.878 em 2010. "Eu considero ainda baixo para aquela época, mas conseguimos fazer uma recuperação", observou Guilherme Lacerda.

Houve ainda a adesão de 43 mil novos associados, chegando a 113,4 mil em março de 2011.

O ex-presidente informou também que, em sua gestão, foram revisadas as tábuas atuariais e a de invalidez. Essa, aliás, foi uma das recomendações que ele fez à CPI a fim de que outros fundos de pensão reencontrem o equilíbrio. "Um desequilíbrio está lançado no futuro", disse.

Ele também propôs a redução na judicialização nos fundos e recomendou o fim dos fundos de benefícios definidos.

A reunião acontece no plenário 2.

Mais informações a seguir.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Marcia Becker

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