Presidente do Postalis admite filiação ao PT, mas nega interferência no fundo
25/08/2015 - 17:48
Indagado por vários deputados de oposição sobre o suposto “aparelhamento” na gestão do fundo de pensão dos Correios, o presidente do Postalis, Antônio Conquista, confirmou, em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores há cerca de 10 anos e que ocupa cargos no governo desde 2009. No entanto, ele descartou interferências do partido e do governo nas decisões do Postalis, que acumula deficit de R$ 5,6 bilhões.
Conquista já foi chefe de gabinete na direção do Petros (fundo de pensão da Petrobras) e foi diretor da Geap Fundação de Seguridade Social. Está na presidência do Postalis desde abril de 2012, segundo ele, escolhido pela diretoria-executiva dos Correios, com o aval do Conselho de Administração da estatal.
“Hoje é necessária certificação para a ocupação de cargos. A indicação não pode ser só partidária”, afirmou Conquista, acrescentando que sua indicação se deve à “experiência de gestão no setor”.
Contato com Vaccari
Em resposta aos deputados Carmen Zanotto (PPS-SC), Fernando Francischini (SD-PR) e Efraim Filho (DEM-PB), Antônio Conquista admitiu já ter discutido a situação do Postalis com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Segundo ele, no entanto, tratava-se apenas de troca de ideias entre dois profissionais oriundos do setor bancário. Conquista garantiu não ter recebido recomendações de Vaccari nem de outro dirigente petista. Também negou contatos com as consultorias dos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu.
Banco BVA
Quanto a investimentos do Postalis no Banco BVA pouco antes da falência da instituição, Conquista disse que, no momento do aporte de recursos, não havia “nem ruído” dos problemas financeiros do banco. Ele também foi veemente ao negar pressões do governo para tentar socorrer o BVA.
O dirigente descartou abrir mão voluntariamente de seus sigilos (fiscal, bancário, etc), já que comparece à CPI "com a boa vontade de esclarecer” fatos e denúncias.
Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Pierre Triboli