Política e Administração Pública

Deputado aponta suposto “clube do amém” em conselhos de fundos de pensão

20/08/2015 - 21:00  

Em reunião da CPI dos Fundos de Pensão, o deputado Paulo Azi (DEM-BA) comentou sobre a suposta existência de um “Clube do Amém” nos conselhos fiscais e deliberativos de fundos de pensão de estatais. “Esse nome, Clube do Amém, é o apelido que foi dado por participantes desses fundos [funcionários de estatais] para se referir a dirigentes que integram o conselho, mas estão ali apenas para cumprir ordens sobre os investimentos que os fundos devem fazer”, observou Azi.

O deputado também criticou nesta quinta-feira (20) o aparelhamento político das decisões de investimentos de fundos de pensão de empresas estatais.

“Vejo que muitos participantes de fundos de pensão também reclamam de um suposto aparelhamento político desses fundos”, disse Azi, citando como exemplo a influência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Em 2009, Vaccari era dirigente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e atualmente responde a processo na Justiça de São Paulo no qual dirigentes da cooperativa são acusados de desvio de recursos e prejuízo de mais de R$ 100 milhões.

“Não conheço o senhor Vaccari e não saberia falar sobre a influência dele. Mas o que me incomoda não é indicação de político e sim a de pessoas desonestas”, disse a presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), Cláudia Ricaldoni.

Lava Jato
O conselheiro do Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) Antônio Miranda e Souza comentou os investimentos feitos por diversos fundos de pensão de estatais em obras ligadas a empreiteiras citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como a Sete Brasil – empresa privada criada pela Petrobras em 2011 para construir 28 sondas de perfuração para exploração do petróleo do pré-sal.

Segundo Miranda e Souza, somente a Funcef e a Petros foram responsáveis por colocar R$ 2,6 bilhões no projeto de navios-sonda.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Pierre Triboli

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