Deputados apontam racismo institucional no Brasil
14/05/2015 - 12:37
Em comissão geral com a ministra da Secretaria da Igualdade Racial (Seppir), Nilma Lino Gomes, deputados apontaram a prevalência de um racismo institucional no Brasil.
O deputado Bebeto (PSB-BA) reclamou do papel do Estado nesse enfrentamento, por acreditar que muitas vezes são os agentes de segurança pública que levam à “matança”. “O povo negro deu muito de si, mas ainda hoje se vê excluído”, disse.
Anteriormente, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) havia reclamado da “tolerância” do governo em relação à violência contra esses jovens.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) chamou a atenção para a pouca representatividade da população negra na Câmara dos Deputados e disse que muitos dos temas em debate, inclusive no Parlamento, reafirmam o racismo.
“Temos um plenário branco, masculino, vinculado ao poder econômico. Do lado de fora, mães negras perdem seus filhos na saída de uma festa. Estamos aqui discutindo a redução da maioridade penal sem perceber que se trata de um discurso racista e retrógrado, porque o rosto daqueles que estão nas unidades socioeducativas e que muitos querem colocar nos presídios falidos do Brasil é o rosto negro”, disse Rosário. “Toda vez que esta Casa vota uma mudança no Código Penal é uma mudança para os pobres, para os negros, para os abandonados sociais”, completou.
A ministra Nilma Lino Gomes reafirmou que o órgão está atento a todas as atividades da Câmara dos Deputados que envolvem luta contra o racismo. Ela destacou os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a morte de jovens negros e pobres.
A comissão geral foi encerrada.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Daniella Cronemberger