Confederação do Desporto Escolar critica baixo percentual de recursos do COB
Entidade reclama que são destinados mais recursos para a área administrativa do que para o incentivo à pratica esportiva.
15/04/2015 - 21:59
O presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), Antônio Hora Filho, criticou nesta quarta-feira (14) o baixo percentual de recursos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) revertido para a área. Ex- árbitro de futebol, o dirigente participou de audiência pública na Comissão do Esporte para discutir a realidade do desporto escolar no Brasil.
Desde 2013, o comitê é obrigado a destinar apenas 10% de seu orçamento para competições e treinamentos esportivos nas escolas; enquanto 50% são gastos com a manutenção da entidade, conforme alterações feitas em 2013 à Lei Pelé (Lei 9.615/98).
Antônio Hora observa que “se o Brasil todo admite e reconhece que a base do esporte é a escola, todas as autoridades esportivas reconhecem que a gente tem de massificar o investimento no desporto escolar, no meu entendimento, nós precisamos inverter essa prioridade de investimentos, pois para manter uma entidade precisa gastar menos recursos do que para democratizar o esporte em todas as escolas do Brasil”, sustentou.
Ciclo olímpico
Para dar a dimensão ao seu argumento, Antônio Hora disse que, só no ciclo olímpico de 2009 a 2012, o COB arrecadou R$334 milhões por meio da Lei Agnelo/Piva (Lei 10.264/11), que converte para o esporte a receita das loterias federais arrecadados.
Ele explicou que, se estivessem em vigor as novas regras para o orçamento desportivo, o esporte escolar receberia R$ 33 milhões; parcela bastante inferior do que o Comitê gastaria em atividades administrativas.
O diretor acrescentou que a CBDE não recebeu o total dos recursos neste ano, no entanto se recusou a informar o percentual recolhido até o momento. “Esperamos poder acessar os 10% em sua totalidade. Porque é impossível que o Brasil destine tão pouco para uma área de extrema importância”, afirmou.
Ele informou ainda que o CBDE não encaminha os recursos canalizados pelo Comitê Olímpico para os filiados estaduais, que precisam firmar parcerias com o poder público para financiar o evento esportivo.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Regina Céli Assumpção