Candidatos à Presidência opinam sobre reforma política em encontro parlamentar
31/01/2015 - 13:13

Os quatro candidatos à Presidência da Câmara dos Deputados – Arlindo Chinaglia (PT-SP), Chico Alencar (Psol-RJ), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG) – aproveitaram o 3º Encontro Parlamentar para dar as suas opiniões sobre a reforma política. Eles concorrem na eleição que será realizada neste domingo, às 18 horas. O evento era voltado a um debate entre deputados e cientistas políticos, mas os candidatos aproveitaram a oportunidade para falar sobre o tema com os professores Jairo Nicolau e Fabiano Santos.
O deputado Chico Alencar destacou como negativo o peso do dinheiro nas campanhas atuais e a subrepresentação das minorias. "Hoje, candidato competente é aquele competente em arrecadar e o candidato com chances é aquele que tem mais recursos", criticou. O deputado também cobrou novas formas de participação que permitam maior interação da sociedade. "Como criar formas para que as minorias também interfiram no processo?", questionou.
Para o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o melhor jeito de sintonizar a Câmara com a sociedade é criar uma pauta de interesse do cidadão, que não necessariamente vai tratar de reforma política, mas de saúde e educação. "Na minha opinião, o caminho mais curto para falarmos com a sociedade é ter uma pauta que corresponda aos anseios populares, e reforma política eleitoral não é essa pauta", avaliou. Ele lembrou que, em 2007, foi levada a Plenário uma reforma política cuja votação emperrou já nos primeiros dois pontos - o financiamento público e o modelo de listas fechadas.
Já o candidato do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), lembrou que a Comissão de Constituição e Justiça analisa, desde o final do ano passado, uma proposta de reforma política que ainda não teve a discusão iniciada por conta de obstrução de alguns partidos. Ele questionou esse movimento de obstrução e avaliou que a reforma política deveria começar por dois pontos: o modelo de eleição e o financiamento. "O modelo de eleição é fundamental para definir outro tema, o tempo de campanha. Será que há necessidade de 90 dias? Isso aumenta o custo da eleição", disse.
O deputado Júlio Delgado (PSB-RJ), por sua vez, criticou a grande interferência do Executivo no trabalho dos parlamentares. "Temos duas medidas provisórias de ajuste trabalhista e previdenciário chegando à Casa, mas quantos projetos de iniciativa legislativa já não existem em tramitação aqui na Casa?", questionou.
Os quatro candidatos concorrem à Presidência da Câmara em eleição marcada para este domingo, às 18 horas. Até lá, outros candidatos poderão surgir.
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Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Patricia Roedel