Política e Administração Pública

Conselho de Ética instaura processo contra Jair Bolsonaro

16/12/2014 - 15:29  

Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
reunião para instauração do processo Nº 20/14, referente à representação nº 36/14, em desfavor do dep. Jair Bolsonaro (PP/RJ)
Bolsonaro: fala em Plenário foi um "ato reflexo" a uma acusação feita por Maria do Rosário em 2003.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar instaurou nesta terça-feira (16) processo por quebra de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Bolsonaro afirmou, na tribuna do Plenário, que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia.

O relator do processo será escolhido posteriormente de uma lista tríplice sorteada nesta tarde, que inclui a deputada Rosane Ferreira (PV-PR), Marcos Rogério (PDT-RO) e Ronaldo Benedet (PMDB-SC).

Defesa
Presente à reunião do colegiado, Bolsonaro já apresentou sua defesa previa. Ele argumentou que sua fala em Plenário foi “um ato reflexo” a uma acusação que Maria do Rosário fez a ele em 2003.

Esta é a ultima reunião do ano do Conselho de Ética. O presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP) admitiu que ainda há muitas duvidas em relação a sequência desse processo: ele poderá ser arquivado ao final desta legislatura e ser reaberto na próxima, mas a palavra final ainda depende de uma consulta feita à Mesa Diretora da Câmara.

Justiça
A deputada Maria do Rosário vai protocolar hoje, às 16 horas, no Supremo Tribunal Federal (STF), queixa crime por injúria e calúnia contra Bolsonaro. Ela irá acompanhada de parlamentares da bancada feminina no Congresso, de lideranças políticas e de representantes de movimentos sociais ligados aos direitos humanos.

Ontem, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, apresentou denúncia ao STF contra Bolsonaro por incitação ao crime de estupro. Caberá agora ao ministro Luiz Fux analisar o caso e, junto com Primeira Turma do STF, decidir se será aberta ação penal contra o parlamentar. Caso condenado, Bolsonaro pode ser punido com pena de 3 a 6 meses de prisão, mais multa.

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Newton Araújo

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