Ciência, tecnologia e Comunicações

Participantes de maratona apresentam aplicativos para ajudar vítimas de violência

Durante Maratona Hacker também foram desenvolvidos projetos que visam fortalecer políticas de gênero. Dos 19 trabalhos apresentados, dois serão premiados

28/11/2014 - 12:41  

Zeca Ribeiro - Câmara dos Deputados
2ª edição da maratona hacker. Desafio da vez: desenvolvimento de aplicativos que contribuam para a diminuição da violência de gênero e o aumento da participação formal da mulher na política
Hackers, programadores, desenvolvedores e inventores passaram a semna reunidos na Câmara.

Foram apresentados nesta sexta-feira (28) 19 aplicativos sobre o tema “Gênero e Cidadania”, desenvolvidos ao longo da semana durante a segunda maratona hacker da Câmara dos Deputados – o Hackathon. Desses projetos, dois serão selecionados, até o dia 19 de dezembro, e premiados com passagem e hospedagem para participar de um encontro sobre projetos de democracia digital em Washington (EUA), na sede do Banco Mundial, patrocinador do evento.

Um dos sites desenvolvidos nesta semana foi o "Minha voz", que visa orientar a mulher sobre o que fazer no caso de violência, com base no seu próprio depoimento. No site, a mulher poderá fazer um teste para entender o tipo de violência que sofreu – se abuso ou exploração sexual, violência física, psicológica ou obstétrica, por exemplo. A partir das respostas das vítimas, o site vai informar como proceder em cada caso. “Ela não vai precisar perder tempo, já que ela está passando por um momento psicológico muito complicado”, explica a pesquisadora Salete Farias, uma das integrantes do projeto.

Outro aplicativo desenvolvido foi o Myrthes, uma rede social para troca de informações entre mulheres vítimas de violência e advogados e psicólogos voluntários. Uma das responsáveis pela proposta, Mônica Monteiro, de Maringá (PR), explica a ideia: “Dentro do Myrthes, eles conversariam, a mulher teria informações para entender melhor sobre o processo jurídico, social e psicológico que ela está pensando e também para conseguir efetivar uma queixa, um boletim de ocorrência, um processo em si.”

Entre os trabalhos apresentados estão ainda aplicativo que mapeia a aplicação da Lei Maria da Penha (11.340/06) no País; que agrega dados sobre a prática do aborto no Brasil; além de projetos que reúnem de dados sobre a participação das mulheres na Câmara dos Deputados e sobre as propostas delas para fortalecer as políticas de gênero. Outro traz informações sobre o orçamento e as políticas públicas do governo de cada estado brasileiro voltadas para as mulheres.

Participação feminina
O Hackathon reuniu, na Câmara, hackers, programadores, desenvolvedores e inventores de todo o País para criar projetos que transformem informações de interesse público em soluções digitais. Organizada pelo Laboratório Hacker da Câmara e pela Secretaria da Mulher da Casa, a edição 2014 teve como objetivo a criação de aplicativos que possam contribuir para reduzir a violência contra a mulher e fortalecer as políticas de gênero. Dos 47 participantes desta edição, 24 foram mulheres – número muito superior ao da primeira edição, em 2013, quando apenas três mulheres participaram do evento.

A servidora da Câmara Raquel Melo, uma das organizadoras do Hackathon, elogiou a qualidade dos projetos. Para ela, foi especialmente importante, para o desenvolvimento dos aplicativos, a interação dos participantes com deputadas e deputados ligados ao tema e com especialistas da Casa na questão de gênero, como advogados e sociólogos. “A troca foi muita rica: as pessoas que participaram saem com uma visão diferente do Legislativo e de como podem protagonizar soluções para auxílio à cidadania”, afirmou.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Rachel Librelon

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