Saúde

Ministério diz que vai expandir Terapia Comunitária para prevenção de doenças

15/05/2014 - 16:00  

Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Audiência pública para debater sobre a Terapia Comunitária Integrativa e as políticas públicas: tecnologia social para saúde, educação e áreas sociais
Especialistas ouvidos na audiência ressaltaram uma das preocupações da Terapia Comunitária: o uso excessivo de medicamentos.

O Ministério da Saúde se comprometeu a expandir a Terapia Comunitária como método alternativo de prevenção de doenças durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Criada no Ceará há 20 anos, a Terapia Comunitária se propõe a cuidar da saúde em espaços públicos de convivência social, por meio da construção de uma rede social de apoio para os integrantes de determinada comunidade.

O método é aplicado sempre em grupos e direcionado ao atendimento básico e à investigação do sofrimento do paciente. Os especialistas discutiram na audiência pública a importância da implementação da Terapia Comunitária tanto em escolas quanto em instituições.

Méritos
O coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori, defendeu essa forma de tratamento: "A terapia comunitária vem crescendo pelos seus méritos, porque ela vem convencendo cada vez mais e mais pessoas da sua utilidade, da sua efetividade na melhoria da vida das pessoas, no enfrentamento do sofrimento, e acho que isso é um trabalho realmente de transformação cultural".

Uma das preocupações dos profissionais da Terapia Comunitária é o uso excessivo de medicamentos em busca de curas imediatas. Segundo esses estudiosos, a falta de alternativas que busquem prevenir doenças comuns a um mesmo grupo de pessoas acaba congestionando o sistema de saúde pública.

Essa é a opinião da neurologista Maria Henriqueta: "Há uma sobrecarga no sistema de saúde. Não só porque as pessoas necessitam – por problemas reais, clínicos, cirúrgicos –, mas a sobrecarga, na minha visão, é porque as pessoas desaprenderam a se cuidar. Então, nós, profissionais, teríamos que voltar à essência da autonomia, da autoproteção e do autocuidado. Se não fizermos essa inversão, não há sistema de saúde que aguente".

Recuperação
O deputado Amauri Teixeira (PTBA), que solicitou a realização da audiência pública, explicou a importância do debate. "É uma matéria relevante essa questão da terapia. Ela precisa ser aprofundada e já há várias literaturas que indicam que as terapias contribuem para a recuperação do paciente e melhoram a autoestima. É um instrumento auxiliar, não só na recuperação, mas na higidez física e mental."

Reportagem – Thyago Marcel
Edição – Newton Araújo

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