Educação, cultura e esportes

Clubes reclamam falta de retorno financeiro dos investimentos no atleta infantil

19/02/2014 - 21:17  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública para discutir o fortalecimento do esporte das categorias de base em todas as modalidades, para a formação de novos atletas. Vice-presidente do Clube Grêmio Náutico União, Paulo Roberto Prado
Prado: clubes de futebol têm um tratamento diferenciado na previdência, enquanto os olímpicos são tratados como empresa comum.

O diretor das divisões da base do clube Vasco da Gama, Manuel Pereira,  reclamou, nesta quarta-feira (19) na Câmara dos Deputados, da falta de retorno financeiro para os clubes que investem no atleta desde criança.

Durante audiência pública da comissão especial que analisa o Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos (Proforte – PL 6753/13), o dirigente assinalou que, apesar dos investimentos dos clubes, são os empresários que lucram com o craque na fase adulta. "Nós pegamos um atleta com 6 anos no futsal; levamos para o campo aos 11; e perto de fazer o contrato, aos 16 anos, esse atleta sai do clube e a Justiça não nos dá nenhuma garantia".

Para o Vasco, que está na lista dos clubes endividados, o custo médio mensal de cada jovem atleta é de R$ 3 mil. O clube tem cerca de 250 atletas nas suas divisões de base e mantém uma escola em sua sede, em São Januário, no Rio de Janeiro.

Cobranças previdenciárias
Um dos principais clubes formadores de atletas olímpicos do País, o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre (RS), defende tratamento diferenciado para essas agremiações em relação às cobranças previdenciárias e tributárias, como afirma o vice-presidente do clube, Paulo Roberto Prado. "Os clubes de futebol têm um tratamento diferenciado no recolhimento previdenciário, enquanto os clubes associativos de esportes olímpicos têm tratamento de empresa comum, mas não são empresa comum. Basicamente, esse é o nosso pleito".

Paulo Roberto Prado garantiu que a atual situação financeira do Grêmio Náutico União é estável. O clube tem uma receita anual em torno de R$ 20 milhões vindos principalmente das mensalidades de seus 60 mil sócios. Por mês, são investidos cerca de R$ 2 milhões na formação de 600 atletas de seis modalidades olímpicas. E ainda realiza convênio com escolas.

A ginasta Daine dos Santos, por exemplo, foi formada na agremiação. "Não formamos apenas atletas, mas indivíduos", afirmou o dirigente.

Manuel Pereira pediu mais garantias aos clubes nas futuras transações comerciais de jovens atletas. Ele também manifestou a esperança de o Proforte ajudar efetivamente a sanear as finanças dos clubes em geral.

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição – Regina Céli Assumpção

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