Economia

Frente parlamentar critica plano de expansão de gasodutos do governo

12/02/2014 - 14:29  

O debate promovido pela Frente Parlamentar Mista Pró-Gás Natural nesta quarta-feira (12), na Câmara, foi marcado por críticas ao novo Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat 2012-2022), apresentado no mês passado. Parlamentares e representantes da indústria disseram que a previsão de licitação de apenas um gasoduto de 11 quilômetros até o começo de 2015 faz com que os empresários não tenham segurança para investir.

“Se nós não resolvermos a questão do suprimento energético, vamos ter uma verdadeira hecatombe no setor produtivo”, ressaltou o coordenador da frente, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP).

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Reunião para discutir “O Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário – PEMAT 2013-2022 – Desafios e Perspectivas para o Mercado de Gás Natural Brasileiro”. Representante do Ministério de Minas e Energia (MME), Symone Christinne Araújo
Symone Araújo, do Ministério de Minas e Energia, afirma que não há risco de falta de gás na indústria.

Já a diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Christine Araújo, afirmou que o gasoduto Itaboraí-Guapimirim, no Rio de Janeiro, será um teste importante dos novos parâmetros introduzidos pela Lei do Gás (11.909/09). Ela explicou ainda que falta oferta de gás para sustentar a expansão da malha.

A diretora garantiu ainda que não há risco de falta de gás na indústria. "Somos responsáveis pela regulamentação do capítulo da Lei do Gás que trata do plano de contingência. E estamos à vontade, porque não vislumbramos a curto, médio ou longo prazo nenhum risco ao abastecimento", afirmou.

No entanto, o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, disse que o governo precisa ser mais ágil. "Estamos perdendo indústria, os nossos concorrentes no exterior estão tendo acesso a um gás mais competitivo. Esperamos mais protagonismo", reforçou.

Para aumentar a oferta de gás, Symone Araújo lembrou que o País fez várias licitações de blocos de exploração de petróleo e gás em 2013. Segundo ela, nos próximos cinco anos, o cenário deve mudar.

A maior parte do gás natural comercializado no País é importado. A rede de gasodutos de 9.500 quilômetros vem sendo formada há apenas 15 anos, com a entrada do produto boliviano. O plano de expansão da malha de transporte de gás ficará em consulta pública até o dia 26 de fevereiro.

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Daniella Cronemberger

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