Ciência, tecnologia e Comunicações

Partido condena pressa pela aprovação. Presidente da comissão rebate

13/11/2013 - 17:48  

Os deputados do PV pediram na audiência realizada pela comissão especial que o projeto da Lei Geral das Antenas seja discutido com mais profundidade e criticaram a pressa de aprovar a norma o quanto antes por conta dos grandes eventos. O deputado Eurico Júnior (PV-RJ) disse que vai propor que sejam ouvidos ainda pela comissão especial representantes do Ministério Público, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e especialistas no tema.

“É fundamental, por exemplo, ouvir um especialista em legislação comparada para sabermos como é a regra dos outros países. Precisamos amadurecer o debate sobre o tema”, disse.

O presidente da comissão especial, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), negou que a proposta esteja sendo discutida com pressa. Ele lembrou que já foram realizadas audiências com vários segmentos e garantiu que todas as audiências públicas requeridas serão realizadas.

Danos à saúde
A comissão ouviu ainda o professor de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Álvaro Salles, que mostrou pesquisas científicas que relacionam o aumento do uso de celulares e redes wifi, bluetooth e outras tecnologias com o aumento do câncer. Ele destacou que a Organização Mundial de Saúde já declarou essas radiações como possivelmente cancerígenas em nível dois, no mesmo patamar de perigo que a exposição a chumbo, DDT, níquel e outras substâncias.

Dias, que participou também de audiência pela manhã na Comissão de Desenvolvimento Urbano, mostrou pesquisas feitas na Alemanha e em Israel que comprovam o aumento do número de casos de câncer em populações que vivem próximas a torres de telefonia e alertou para o impacto maior no caso das crianças. Ele criticou especificamente o programa “um computador por aluno”.

“Essas crianças passam várias horas por dia exposta a computadores com acesso wifi. Esses alunos estão sendo cobaias, e daqui a uns anos podemos nos arrepender de as ter deixado expostas à radiação por tanto tempo. Sabemos que um laptop gera uma radiação menor do que a de 30 computadores e eles ficam várias horas, com vários computadores. Por que não usar a internet via cabo?”, disse.

O professor ressaltou ainda que a população precisa receber melhor esclarecimento sobre os malefícios do celular e outras radiações e optar por tecnologias fixas. Ele comparou os estudos sobre celulares hoje com os estudos contra o cigarro na década de 50, que foram desacreditados, mas hoje já não resta dúvida da relação entre o tabaco e o câncer. “Na maioria dos casos em que a sociedade contrariou a pesquisa cientifica, deu problema, a exemplo do tabaco”, disse.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Dourivan Lima

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