Parlamentares defendem investimentos em prevenção de desastres naturais
30/08/2013 - 17:59
A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas realizou audiência pública sobre desastres naturais, nesta sexta-feira (30), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). O evento integra uma série de debates promovidos pela comissão para levantar a realidade ambiental dos estados e as medidas tomadas para reduzir os prejuízos causados por eventos climáticos. o evento contou com a participação do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
A presidente da comissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), destacou que as pesquisas sobre mudanças climáticas indicam que eventos extremos se tornarão cada vez mais frequentes, criando a necessidade de se implantar uma política nacional de resposta a eventos extremos, com foco na prevenção.
A senadora enfatizou que Santa Catarina foi escolhida para sediar a reunião pela sua experiência no combate aos efeitos de desastres naturais. “Nosso País tem um passivo histórico em defesa civil, onde não há ainda uma cultura de preparação. Precisamos modificar nossa forma de pensar, indispensável para que possamos evitar que novos desastres ocorram”, afirmou Vanessa.
Embora ocupe apenas 1,2% do território nacional, Santa Catarina registra 13% dos desastres naturais do País. Índice que preocupa as autoridades tanto do estado quanto dos municípios das regiões mais atingidas.
Reparação x Prevenção
O deputado Sarney Filho (PV-MA) ressaltou que em 2009 o País investiu 10 vezes mais recursos em reparação dos efeitos dos desastres do que na sua prevenção, que, se recebesse mais verbas, poderia salvar milhares de vidas. “Os eventos climáticos têm causado um número crescente de vítimas a cada ano. Tragédias que poderiam ter sido evitadas, caso houvesse um trabalho maior de orientação sobre as normas ambientais e de monitoramento de áreas de risco, como encostas de morros e margens de rios”, observou.
Governador de Santa Catarina em 1983, ano em que as águas cobriram por mais de um mês 65% do território do estado, desabrigando aproximadamente 300 mil pessoas, o deputado Esperidião Amin (PP-SC) afirmou que, além de prejuízos, os eventos climáticos extremos podem trazer ensinamentos. Segundo ele, além de ter resultado em investimentos para realização de obras estruturais, a enchente marcou a necessidade da criação de planos diretores nos municípios e o aprimoramento dos órgãos de defesa civil.
Também participaram do debate a deputada estadual Angela Albino (PCdoB); o secretário nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscosti; o deputado Celso Maldaner (PMDB-SC); o secretário de Políticas e Programas do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre; o representante da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), tenente-coronel Márcio Luiz Alves; o diretor de Prevenção da Secretaria Estadual de Defesa Civil de Santa Catarina, major Fabiano de Souza; o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Juan Antonio Altamirano Florese; e o diretor do Instituto Nova Acrópole, Roberto Pértile.
Da Redação – RCA
Com informações da Agência Senado