Relações exteriores

Parlamentares divergem sobre reação do governo às denúncias de espionagem

08/07/2013 - 20:44  

A presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta segunda-feira que o governo brasileiro já pediu explicações oficiais aos Estados Unidos, sobre as denúncias de espionagem. Em paralelo, a Polícia Federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) investigam o caso.

O Brasil também deve agir em dois órgãos internacionais: De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro vai lançar ações na Organização das Nações Unidas (ONU) para melhorar a segurança cibernética dos países, com o objetivo de proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação. Também vai pedir o aperfeiçoamento das regras internacionais de segurança no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

A reação do governo brasileiro às denúncias de espionagem norte-americana dividiram opiniões dos deputados.
Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), a postura brasileira foi "boa e correta, frente a uma denúncia, que, se confirmada, é de grave violação à autonomia e soberania dos países". Pellegrino ressaltou, no entanto, que o governo dos Estados Unidos "está devendo à comunidade internacional uma explicação sobre o episódio".

Já o líder da Minoria, Nilson Leitão, considera que o Brasil deveria ser mais "duro" e "criar retaliações", porque, segundo ele, "essa espionagem pode prejudicar o Brasil, inclusive na área comercial e econômica".

Leitão afirmou, no entanto, que o governo brasileiro precisa "ter moral para poder falar, porque faz o mesmo internamente, ao espionar sindicados", se referindo às denúncias de que a Agência Brasileira de Informação (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) teriam monitorado entidades trabalhistas durante as negociações para a MP dos Portos (MP 595).

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), também criticou a Abin, que segundo ele foca em espionar adversários políticos em vez de monitorar assuntos de interesse da nação. "O episódio expõe a fragilidade do estado brasileiro de se organizar a tempo para proteger a nação. Isso não está acontecendo por incompetência do governo."

Esclarecimentos americanos
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, afirmou, nesta segunda-feira (8), ao sair de um encontro com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que o governo norte-americano está prestando todos os esclarecimentos necessários. E que as denúncias não refletem de "maneira correta o programa de segurança do governo dos Estados Unidos".

Reportagem - Ginny Morais
Edição – Regina Céli Assumpção

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