Comissão apura denúncia de extermínio de mais de 300 cães em Marajó
Prefeitura de Santa Cruz do Arari (PA) teria ordenado caça a cães. Ministério Público investiga.
20/06/2013 - 18:49

O extermínio de mais de 300 cachorros na cidade de Santa Cruz do Arari, no arquipélago do Marajó, no Pará, foi tema de debate nesta quinta-feira na Câmara dos Deputados.
A denúncia é que o prefeito, Marcelo Pamplona, ordenou a matança dos cães, com o argumento de que eram muitos e que estavam passando doenças para as pessoas. Cada pessoa que capturasse um cachorro recebia de R$ 5 a R$ 10. O caso foi denunciado por Aragonei Bandeira, que esteve na audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Bandeira conta que apanhou e foi ameaçado de morte por ter revelado as imagens do extermínio na internet. "O pessoal matava, arrastava os cachorros. Quebrava as patas, tirava o couro. Como eu tenho cachorro, comecei a filmar, porque mandaram laçar os meus também."
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Meio Ambiente e pelo Ministério Público. Os promotores identificaram a ocorrência de vários crimes, como furto de cães e maus tratos.
A representante do Ministério Público do Pará, Eliane Moreira, ressaltou que está sendo apurada a responsabilidade civil, criminal e administrativa do gestor público. “O ato administrativo de oferecer dinheiro para que as pessoas recolhessem cães que foram lançados ao rio para morrer é errado.”
Os deputados também vão dar encaminhamento à denúncia, como afirmou o deputado Ricardo Tripolli (PSDB-SP). “São duas linhas de atuação: um projeto de lei para agravar os crimes de maus tratos, e a comissão também fará um relatório para autoridades.”
O prefeito de Santa Cruz do Arari, Marcelo Pamplona, acusado de ter dado a ordem para o extermínio de cães não compareceu ao debate na Câmara, nem mandou justificativa.
Reportagem - Ginny Morais
Edição – Regina Céli Assumpção