Economia

Indústria química sofre com o acesso a matérias-primas, diz gerente do BNDES

11/06/2013 - 17:55  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Reunião de debates sobre o tema: Indústria Química encolhe no país. Gerente Executivo de educação profissional e Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rolando Vargas Vallejos
Vallejos: baixa qualidade do ensino limita a inovação das empresas.

O gerente setorial do BNDES, Felipe Pereira, apontou, nesta terça-feira (11), que um dos problemas enfrentados pela indústria química é o acesso a matérias-primas. A informação foi endossada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo: “precisamos desses materiais a preços competitivos”.

Eles participaram de reunião de reunião promovida pela Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação da Câmara dos Deputados.

Os debatedores informaram que, atualmente, 1/3 das matérias-primas importadas é de produtos farmacêuticos, 1/3 de fertilizantes e outro 1/3 de produtos diversos desconhecidos por questões de registro de balança de importação.

Para fazer um diagnóstico preciso dessa terça parte não especificada, o BNDES iniciou o Estudo da Diversificação da Indústria Química. A previsão é que o trabalho, iniciado no mês passado, dure um ano. Ao longo desse período, porém, a instituição pretende divulgar seis relatórios parciais. "O objetivo é identificar que cadeias poderiam ser desenvolvidas no Brasil com vantagem competitiva para produzir localmente e definir uma agenda de políticas públicas para atrair investidores", explicou Pereira.

Mão de obra
A indústria química demanda mão de obra altamente qualificada. Segundo Figueiredo, por essa razão, o segmento paga salários em média 70% acima dos outros setores. O gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rolando Vargas Vallejos, disse que a entidade traçou como metas a melhoria da qualidade da educação básica e a ampliação e melhoria da qualidade do ensino profissional.

De acordo com Vallejos, apenas 6,6% dos estudantes brasileiros cursam ensino profissionalizante concomitantemente com o ensino médio. No Japão, são 55%; na Alemanha, 52%; na França e na Coréia do Sul, 41%. "No Brasil, a baixa qualidade da educação básica, a reduzida oferta de educação profissional e as deficiências no ensino superior são fatores que limitam a capacidade de inovação das empresas e a produtividade, com impacto significativo sobre a competitividade", diagnosticou.

Para a educação superior, o representante do Senai destacou a necessidade de ampliar a formação de engenheiros e tecnólogos.

Reportagem – Marise Lugullo
Edição – Marcelo Oliveira

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