Política e Administração Pública

Deputados querem reestruturar carreiras do Hospital das Forças Armadas

20/12/2012 - 18:45  

Luis Macedo
Reunião Deliberativa Ordinária - dep. Sebastião Rocha (presidente)
Bala Rocha: HFA precisa de R$ 58 milhões no Orçamento.

Deputados da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público se comprometeram a marcar reuniões com o relator da proposta orçamentária de 2013 (PLN 24/12), senador Romero Jucá (PMDB-RR), e com integrantes do governo, para discutir a reestruturação das carreiras do Hospital das Forças Armadas (HFA).

A expectativa é promover encontros ainda neste ano também com a secretária de Gestão do Ministério do Planejamento, Ana Lúcia Amorim de Brito; com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Três deputados do Distrito Federal se comprometeram a participar das discussões: Policarpo (PT), Izalci (PSDB) e Erika Kokay (PT).

“A Comissão de Trabalho se consolidou como a mediadora desses entendimentos, na luta dos servidores por melhorias no plano de carreira e no salário”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP).

O pedido de reestruturação foi feito por servidores do hospital em audiência pública promovida pelo colegiado nesta quinta-feira (20). A demanda principal foi por uma emenda de R$ 58 milhões ao Orçamento.

Bala Rocha acredita na possibilidade de apresentar a emenda à proposta orçamentária quando ela for analisada pelo Plenário do Congresso. “Mas não creio que será necessário [apresentar a emenda]. Acredito que o Orçamento vai ter essa folga de R$ 58 milhões, indispensável para o HFA.”

Desvalorização
O coordenador da Seção Sindical do HFA no Sindicato dos Servidores Públicos no DF (Sindsep-DF), Alessandro Coátio, reclamou que faltam médicos, especialistas e técnicos. Segundo ele, dos 292 leitos, apenas 77 funcionam e, dos 20 de UTI, somente 10 estão em condições de uso. Ele criticou ainda a diferença salarial entre um médico do HFA que trabalha 40 horas semanais e outro da Secretaria de Saúde do DF com mesma carga horária. O vencimento básico do primeiro é de R$ 4.409,18 e o do segundo, R$ 7.778,60.

Representando a diretoria do HFA, o coronel da reserva André Luiz Paschoal acrescentou que, em razão da atual desvalorização, ninguém quer trabalhar no hospital. “Temos mais de 2 mil servidores civis e 400 militares. O HFA apoia todas as reivindicações dos servidores. São justas”, declarou.

Paschoal lembrou que o hospital adquiriu equipamentos de última geração, como tomógrafos e ressonância magnética, orçados em mais de R$ 5 milhões, porém não possui técnicos em condições de operá-los. “Eles [equipamentos] poderão tornar-se obsoletos. Teremos de mandar pacientes para fora, o que gerará um custo muito alto.”

Às reivindicações, o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, respondeu que uma reestruturação desse porte não será resultado de uma mesa de negociações com servidores, mas de uma decisão interna de governo. Foi o que levou os deputados a optar por reuniões com integrantes do governo.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Marcelo Oliveira

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