Segurança

Comissão de Segurança Pública visita Companhia Brasileira de Cartuchos

10/12/2012 - 18:50  

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados visitou, na última quinta-feira (6), a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), em Ribeirão Pires (SP).

O objetivo da visita foi o de conhecer o setor para avaliar melhor as propostas para o controle de armas e munições no País. O encontro contou com a presença dos deputados Delegado Protógenes (PCdoB-SP), Edio Lopes (PMDB-RR), Efraim Filho (DEM-PB), Hugo Leal (PSC-RJ), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Pastor Eurico (PSB-PE) e William Dib (PSDB-SP).

O diretor comercial e de relações institucionais da CBC e presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam), Salesio Nuhs, apresentou aos deputados os sistemas de controle e monitoramento de munições utilizados pela companhia.

Segundo o presidente da comissão, deputado Efraim Filho, a visita permitiu agregar ao papel dos deputados, de formular políticas públicas de segurança, conceitos de tecnologia e de modernidade desenvolvidos no Brasil. “É importante ter o conhecimento das tecnologias que a indústria já dispõe para serem utilizadas pelas forças públicas de segurança”, comentou Efraim.

Ainda segundo Efraim Filho, a concepção dos deputados da comissão, em virtude dos estudos, é a de que o modelo de segurança pública brasileiro está esgotado, falido e de que é necessária uma nova concepção. “Esse novo modelo tem que ter soluções estruturantes, ações continuadas e investimentos crescentes”, ressaltou.

Contrabando
O deputado William Dib falou durante o encontro sobre a política de proibição de armas e munições no Brasil e a importância da reflexão sobre o assunto. Ele ressaltou que o problema não está na fabricação de armas e munições no País, mas na entrada de armas ilegais pelas fronteiras. “O que nós estamos pleiteando é uma política de segurança pública em que o crime organizado, o tráfico de armas e de drogas sejam controlados principalmente nas fronteiras”, ressaltou.

O controle desenvolvido pela CBC para a rastreabilidade de projéteis foi destacado por Hugo Leal. O deputado também lembrou que grande parte do armamento e das munições utilizados pelos criminosos são contrabandeados. “O rastreamento somente é possível quando a munição é original. Quando é contrabandeada ou recarregada não tem como identificar. O processo de recarregamento desfaz o que foi feito na produção”, afirmou Leal.

Para o deputado Onyx Lorenzoni, é preciso haver integração, sinergia de conhecimento e diálogo permanente entre o poder público e a indústria de armas e munições. “Enquanto a segurança pública não funcionar como um sistema, com monitoramento e as polícias integradas, vamos ficar ainda na fase medieval”, destacou o parlamentar.

Segundo o deputado Delegado Protógenes, sob o ponto de vista da segurança pública, o País está muito bem servido no que se refere a cartucho e projétil. Protógenes ainda comentou que os deputados encontraram durante a visita um caminho na defesa do cidadão. “Não é o princípio de agressão mútua, é de defesa própria, da família e de terceiros. Não é uma indústria focada apenas na Defesa Nacional, mas também na estrutura de segurança pública e de autodefesa do cidadão”, disse o deputado.

Exportação
O deputado Edio Lopes também elogiou a participação da indústria brasileira de armas e munições na balança de exportação nacional. “A CBC, diferentemente de outros setores não recebe grossos incentivos do governo. Ainda assim, expandiu e hoje fabrica munições para o exército mais exigente do mundo, o dos Estados Unidos. Isso é prova de eficácia e eficiência”, afirmou.

Outro ponto abordado pelo presidente da comissão, Efraim Filho, foi o desprezo dos gestores públicos com relação ao orçamento destinado para Segurança Pública. Para 2013, o investimento previsto pelo governo federal é menor do que o de 2012, com uma queda de aproximadamente 30%. Em 2012 a previsão de investimento era de R$ 9,8 bilhões, e para 2013 deverá ser de R$ 7,1 bilhões. O orçamento está em processo de votação pelo Congresso Nacional.

Já para o deputado Pastor Eurico, que propôs a visita, há necessidade de incentivo para investimentos no setor de armas e munições. De acordo com o deputado, o jeito que o mercado está caminhando é o suficiente para trabalhar a questão da segurança pública.

Da Redação – RCA
Com informações da Comissão de Segurança Pública

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